Ikebana

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-[[Sofu Teshigahara]] criou a SOGETSU em 1927. A Exposição da Escola (1928), no bairro de Ginza, impressionou pela originalidade e lhe rendeu um convite para dar aulas de Ikebana pela rádio NHK e outro para ter seus trabalhos publicados na revista “Shufu no tomo”.+[[Sofu Teshigahara]] criou a '''Sogetsu''' em 1927. A Exposição da Escola (1928), no bairro de Ginza, impressionou pela originalidade e lhe rendeu um convite para dar aulas de Ikebana pela rádio NHK e outro para ter seus trabalhos publicados na revista “Shufu no tomo”.
Em 1945, no Japão reduzido às cinzas, Sofu realizou a 1a. exposição do pós-guerra e a Sogetsu tornou-se símbolo do renascimento do Japão – Sofu ficou conhecido como o “Picasso Japonês” ou “Picasso das Flores” pela ousadia com que misturou os elementos naturais com pedra, plástico, metal e até sucatas da guerra. Foi solicitado a dar aulas de Ikebana às esposas dos oficiais americanos entre as quais a Sra. Douglas Mc.Arthur, dando início a divulgação e instalação de sucursais da Sogetsu na América. Na década de 50 o termo Ikebana torna-se internacionalmente conhecido e a Sogetsu ganha reconhecimento pelo estilo de vanguarda - na transformação dos materiais da natureza em verdadeiras esculturas vivas. Sofu mantém um intenso intercâmbio cultural com Miró, Antonio Gaudi, Salvador Dali e outros artistas ocidentais. Em suas incursões pelo ocidente, acompanhado por sua filha Kasumi, realiza Exposições em Paris, Londres, Nova York, Madri ... Em 1945, no Japão reduzido às cinzas, Sofu realizou a 1a. exposição do pós-guerra e a Sogetsu tornou-se símbolo do renascimento do Japão – Sofu ficou conhecido como o “Picasso Japonês” ou “Picasso das Flores” pela ousadia com que misturou os elementos naturais com pedra, plástico, metal e até sucatas da guerra. Foi solicitado a dar aulas de Ikebana às esposas dos oficiais americanos entre as quais a Sra. Douglas Mc.Arthur, dando início a divulgação e instalação de sucursais da Sogetsu na América. Na década de 50 o termo Ikebana torna-se internacionalmente conhecido e a Sogetsu ganha reconhecimento pelo estilo de vanguarda - na transformação dos materiais da natureza em verdadeiras esculturas vivas. Sofu mantém um intenso intercâmbio cultural com Miró, Antonio Gaudi, Salvador Dali e outros artistas ocidentais. Em suas incursões pelo ocidente, acompanhado por sua filha Kasumi, realiza Exposições em Paris, Londres, Nova York, Madri ...

Revisão de 14:33, 22 Outubro 2010

Ikebana
Ikebana


O Ikebana (arranjo floral) pode ser considerado como a arquitetura das flores. Uma arquitetura harmoniosa , com ritmo, equilíbrio e balanço, enquadrada no ambiente em que está exposto. Desenvolvido na mesma época que a cerimônia do chá (período Muromachi - 1338/1578), o Ikebana (também denominado Kadô ou Sôka) teve suas origens na oferenda de flores aos deuses, dando ênfase no uso de materiais e formas em seu estado natural. Foi no início do século XVI que esse arranjo de flores investiu-se de princípios e facetas próprias, transformando-se numa nova arte. Após a Segunda Guerra Mundial, o Ikebana - embora mantendo seus princípios básicos - não tem se limitado à tradição, recorrendo-se a quaisquer materiais que o artista julgar capazes de expressar a beleza. Essa modernização valoriza a arte, difundindo-a internacionalmente. No Brasil, as correntes clássica e moderna convivem harmonicamente, e, pouco a pouco, o Ikebana deixa os limites da comunidade nipo-brasileira. Contando com muitas jovens professoras, não saber a língua japonesa deixou de ser empecilho para quem deseja aprender Ikebana.




Conteúdo

Ikebana, A arquitetura das flores

Coube a Sen Rikyu (1522-1591), monge zen-budista, conselheiro predileto do xogun Hideyoshi Toyotomi, criar um novo conceito de estética: o gosto pelo simples, despojado e essencial. Ao mesmo tempo que lança as bases definitivas do Sadô (Caminho do Chá), ele também dá o refinamento ao arranjo de flores, o Ikebana. O Ikebana nasceu do ritual de oferecer flores denomidado tatehana. Na antiguidade, acreditava-se que para invocar os deuses era necessário determinar um local para recebê-los. Daí o ritual de colocar um flor ou árvore disposta, preferencialmente, de forma perpendicular à sua base.

No entanto, muitos estudiosos sustentam que a origem estaria ligada ao kuge, o ato de colocar flores no altar de Buda.
Ikebana
Ikebana

Somente no século XIV é que o kuge passou a ser chamado de tatehana, e, de cunho apenas religioso, passa também a ter o cunho estético. Começa a aparecer a expressão "fixar a flor", dando início ao estabelecimento de limites na concepção livre de se colocar a flor. É a partir daí que se desenvolvem as técnicas para os arranjos florais.

Ikebana
Ikebana
O ESTILO RIKKA originou-se do tatehana (colocar flor em pé), arranjo floral destinado aos altares dos deuses e de Buda. O tatehana era simétrico, elaborado com espírito de devoção e sempre tendo em vista os deuses e antepassados. Gradativamente foi penetrando na vida dos nobres, e assim, sua forma foi passando por adaptações. No período Muromachi (1338/1573), eram promovidas reuniões para prática do rikka que, acredita-se, deram origem às exposições de ikebana.

O Rikka, de acordo com a tradição de ikebana, é fincado em posição vertical; os galhos saem do vaso como suporte para recriar o conjunto da paisagem. No início, tinha forma livre e se utilizava de elementos em sua condição natural. Depois passaram a determinar formas rigidamente estabelecidas e complexas. Modernamente redescobriu-se as possibilidades criativas desse estilo. O Rikka é o fundamento do ikebana, e foi o primeiro estilo a ser consolidado como tal. Dele se originou o Shoka e a partir de seus três elementos (shin, soe, tai), foram criadas as bases do Nagueire e do Moribana. A partir do século XVII, foram dados nomes específicos para cada estilo de arranjo: moribana, nagueire, shoka, jiyuka (estilo livre), guendai-baná (arranjo moderno), zen-eibaná (arranjo de vanguarda), entre outros. No estilo MORIBANA (literalmente, flores empilhadas), arranjam-se as flores e galhos como se os estivesse empilhando. Baseado na estética natural das plantas, este estilo busca expressar a natureza de modo realista, descritivo. Tanto neste estilo como no Shoka, as formas básicas são determinadas por galhos com funções pré-estabelecidas. São três: Shin, Soe e Tai, que formam um triângulo. Shin é o galho principal e determina a forma geral do arranjo. Soe tem a função de apoiar o Shin. O Tai, numa função de complemento, estabelece a harmonia e equilibrio entre Shin e Soe. O SHOKA, com suas formas básicas e determinadas, é a estilização das plantas, da maneira como estas se apresentam na natureza, valorizando o vigor e a versatilidade das plantas. Com os galhos Shin (representativo de homem), Soe (céu) e Tai (terra), o arranjo quase sempre estabelece uma forma de meia-lua. No NAGUEIRE, a forma básica é caracterizada pela inclinação com galhos e flores arranjados em vasos fundos, jarras ou potes alongados. Enquanto no Moribana, os galhos possuem funções pré-estabelecidas, no Nagueire, seu papel é o de proporcionar harmonia entre as plantas e o vaso.

Texto baseado no livro "Ikebana, Arte e Criação no Estilo Ikenobo", de Kimiko Abe e Tokuko Kawamura, São Paulo, editado pela Aliança Cultural Brasil-Japão, 1993.

Escolas

Prática de arranjos florais que era, inicialmente, associado ao budismo e aos Mosteiros Zen, se popularizou no Japão e transformou-se em parte importante da cultura do País. Assim surgiram as técnicas, estilos, escolas e regras que contribuíram para difundir esta bela expressão artística. Esta arte é tão popular no Japão e no mundo que nos dias atuais existem mais de três mil escolas que ensinam esta maravilhosa arte e mais de quinze milhões de praticantes entre homens, mulheres e crianças. Cada escola tem seu estilo, as quais seguem um conjunto determinado de regras e técnicas.


Algumas destas escolas são:

  • Ikenobo
    Escola Ikenobo
    Escola Ikenobo
    Esta é a escola mais antiga; Ikebana surgiu com Ikenobo e embora, em mais de 500 anos, outras escolas tenham se desmembrado do Ikenobo, diz-se que Ikenobo é a origem do ikebana. A história do Ikenobo inclui tanto o tradicional, como o criativo, os dois interagindo continuamente, encorajando novos desenvolvimentos no ikebana de hoje.

O homem, em todos os tempos, tem amado as flores, mas os nossos antecessores de ikebana perceberam que as flores não eram apenas belas, mas que elas poderiam também refletir o passar do tempo e as sensações de seus próprios corações. Quando captamos as mudas palavras das plantas e os seus movimentos silenciosos, podemos intensificar nossas impressões através da forma, uma forma que se transforma em ikebana. Arranjamos as plantas cortadas e retiradas da natureza, de maneira que elas encerrem uma nova beleza, quando colocadas num novo ambiente.

Mais do que a simples reprodução do contorno que a planta apresentava na natureza, é a criação com galhos, folhas e flores, de uma nova forma que inclui a nossa impressão sobre a beleza de uma planta, bem como a marca de nosso sentimento. Ikebana deveria também sugerir as forças da natureza com a qual as plantas vivem em harmonia - galhos curvados pelos ventos do inverno... uma folha semi-comida pelos insetos.

Ikenobo considera o botão de uma flor o mais bonito, porque em seu bojo encontra-se a energia da vida que se abre para o futuro. Em cada momento, plantas e homens respondem a um ambiente em eterna mutação. Junto com as plantas, os homens são parte vital da natureza e o nosso ato de fazer ikebana expressa este reconhecimento.

Como um poema ou pintura feita de flores, o ikebana de Ikenobo exprime tanto a beleza intrínseca das flores, como também a busca contínua do ideal de belo de nossos corações. O espírito do Ikenobo tem-se espalhado não só no Japão, mas no mundo inteiro. A beleza do Ikenobo serve cada vez mais para união de todos os povos.



  • Sogetsu
    Escola Sogetsu
    Escola Sogetsu

A mais recente. Sofu Teshigahara criou a Sogetsu em 1927. A Exposição da Escola (1928), no bairro de Ginza, impressionou pela originalidade e lhe rendeu um convite para dar aulas de Ikebana pela rádio NHK e outro para ter seus trabalhos publicados na revista “Shufu no tomo”.

Em 1945, no Japão reduzido às cinzas, Sofu realizou a 1a. exposição do pós-guerra e a Sogetsu tornou-se símbolo do renascimento do Japão – Sofu ficou conhecido como o “Picasso Japonês” ou “Picasso das Flores” pela ousadia com que misturou os elementos naturais com pedra, plástico, metal e até sucatas da guerra. Foi solicitado a dar aulas de Ikebana às esposas dos oficiais americanos entre as quais a Sra. Douglas Mc.Arthur, dando início a divulgação e instalação de sucursais da Sogetsu na América. Na década de 50 o termo Ikebana torna-se internacionalmente conhecido e a Sogetsu ganha reconhecimento pelo estilo de vanguarda - na transformação dos materiais da natureza em verdadeiras esculturas vivas. Sofu mantém um intenso intercâmbio cultural com Miró, Antonio Gaudi, Salvador Dali e outros artistas ocidentais. Em suas incursões pelo ocidente, acompanhado por sua filha Kasumi, realiza Exposições em Paris, Londres, Nova York, Madri ...

Na década de 60 Sogetsu Art Center – Galeria torna-se a Meca japonesa do movimento avant-garde. Hiroshi Teshigahara (filho de Sofu) recebe o Prêmio Especial do Juri no Festival de Cannes, como Diretor do filme Woman in the Dunes”.



  • Ohara iniciou-se durante a abertura do Japão para o ocidente;
  • Sanguetsu fundada por Mokiti Okada na década de 40.


Alguns estilos destas escolas

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