Mangá
De Nikkeypedia
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* Animê | * Animê |
Revisão de 19:30, 25 Abril 2008
Os heróis japoneses estão cada vez mais presentes nas TVs e bancas brasileiras. O mercado para esse tipo de material cresce a cada dia, mostrando que não se trata apenas de outro modismo. Entretanto, apesar de mais populares hoje em dia, as publicações do gênero insistem em usar e abusar de termos que só fazem sentido aos iniciados. É uma postura equivocada que só tende a afastar os curiosos. Entre tantos neologismos desconhecidos, os leigos no assunto acabam se perdendo.
- Animê
Termo que designa os desenhos animados japoneses, também pode ser grafado e lido como “anime”. É a abreviação japonesa para animation e ganhou força nos anos 60 graças ao pioneiro do mangá Osamu Tezuka.
Muitos animês são adaptações de séries de mangá de sucesso. É um mercado milionário, com mais de uma centena de séries de TV inéditas a cada ano e dezenas de produções voltadas para cinema e vídeo. A maioria do público é da faixa infanto-juvenil, mas os adultos também tem muitos títulos disponíveis. No Brasil, a despeito de febres passageiras como Cavaleiros do Zodíaco (que gerou um fanatismo sem precedentes) e Pokémon, os animês estão presentes nas emissoras de TV desde o final dos anos 60.
- Anime song
As canções-tema de séries, filmes e animações movimentam uma grande indústria dentro do mercado fonográfico japonês. O termo é genérico para canções de animês, séries, filmes live-action e até de video games.
Nesta categoria, acabam entrando também músicas inspiradas em personagens, mas que não foram veiculadas como trilha sonora alguma. Misturando todo tipo de influência musical, as anime songs são interpretadas por dubladores, atores, cantores especializados nesse filão e também por nomes consagrados do J-pop, o pop-rock japonês. O gênero também é chamado de anisong.
- Cosplay
Abreviação de “costume play”, é o termo usado para as fantasias de personagens usadas por fãs. No Japão, movimenta um grande mercado, com lojas especializadas em itens para a confecção de fantasias. No Brasil, com as convenções se espalhando rapidamente, os cosplayers já são vistos com naturalidade e costumam ser uma atração à parte, com concursos, sessões de fotos e concorridas apresentações.
- Dôjinshi
Palavra derivada de “doujin” (pessoas com mesmo gosto), é o termo que define os fanzines japoneses. Pra quem não sabe, fanzine é um tipo de publicação amadora cujo nome vem da junção das palavras fan e magazine.
Existem fanzines no mundo todo sobre rock, poesia, cinema e, especialmente, quadrinhos. Impressos até em fotocópias, são o laboratório para muitos artistas em início de carreira. No Japão, a coisa não é diferente, mas o mercado dos dojinshi é bastante profissional e organizado. Impressões luxuosas são vendidas em convenções espalhadas pelo país e com desenhos que muitas vezes não deixam nada a dever às publicações profissionais. A maior das convenções é a Comiket (de Comic Market - Mercado de Quadrinhos), realizada em Tóquio 4 vezes por ano, com cerca de 20 mil expositores e público em torno de 1 milhão de pessoas. Entre os dojinshi, são comuns as paródias de personagens famosos, incluindo versões pornô de heróis da garotada. Existem também os dojin-softs, que são games e softwares desenvolvidos por fãs.
- Fansubber
Termo que vem de “fan subtitled” (legendado por fãs), é uma conseqüência do fenômeno otaku e da falta de títulos disponíveis no mercado.
Os fansubbers são grupos que legendam e vendem fitas de vídeo, geralmente de produções ainda não lançadas oficialmente no país. Alguns são bastante profissionais, oferecendo material de boa qualidade que pode ser vendido pela internet. Apesar da maioria negar, é obviamente uma forma de pirataria, pois viola leis de direitos autorais, mesmo quando se trata de personagens sem representação oficial no país. Por outro lado, é justamente o que vem atender a uma demanda de fãs que não tem acesso a fitas importadas, não entende japonês, quer mais opções para assistir e prefere ver as obras na íntegra, já que os desenhos que são trazidos por distribuidoras americanas sofrem vários cortes e alterações.
- Gekiga
Tipo de mangá voltado a um público mais adulto, o gekiga (leia “guekigá”) tem enredos mais densos e dramáticos que o mangá juvenil.
O primeiro mangá original editado no Brasil, o épico Lobo Solitário (lançado em 1988 pela Editora Cedibra) era um autêntico gekigá. Outras obras vistas no Brasil, como Crying Freeman (Ed. Nova Sampa) e A lenda de Kamui (Ed. Abril) também se enquadram no mesmo formato.
No gekigá, também existem muitos autores de traço mais realista ou de estilização fora dos padrões gráficos dos mangás para adolescentes.
- Hentai
Literalmente, significa anormal e é a palavra usada pra definir o material de mangá, animê e games de cunho erótico.
No mundo do hentai (leia rentai), é notória a perversão japonesa por garotas colegiais e adolescentes. Muitos autores de mangás “censura livre” usam e abusam de situações maliciosas, espalhando influências de hentai em diversos títulos. Mesmo em material para adultos, é comum ainda o uso de tarjas e efeitos que disfarçam closes explícitos, tradicional marca da confusa e estranha censura japonesa, que proibia pêlos pubianos, mas sempre permitiu cenas de nudez e insinuação de sexo entre adolescentes nos mangás.
- Live Action
Significa “ação ao vivo” e serve para designar qualquer produção que utilize atores.
Apesar de uso genérico no mundo todo, no universo das personagens japonesas, o termo ganhou força para diferenciar os animês dos filmes com atores.
No Brasil, os mais famosos foram Ultraman, Ultra Seven, Spectreman, Jaspion e Changeman, entre outros. Veja também o tópico “tokusatsu”.
- Mangá
Sinônimo tanto de histórias em quadrinhos quanto de gibis no Japão. Significa literalmente desenhos irresponsáveis e foi usada pela primeira vez pelo cartunista e ilustrador Hokusai em 1814. Todavia foi Osamu Tezuka, na década de 50, que começou a estabelecer um padrão que depois se tornou marca registrada: narrativa cinematográfica, traços estilizados e olhos grandes e expressivos inspirados em animações da Walt Disney.
O mercado do mangá é todo segmentado, com revistas para crianças, adolescentes, jovens e até adultos com mais de trinta anos, de ambos os sexos. A revistas são baratas, editadas na maioria em preto-e-branco e em papel jornal, com média de 300 páginas. Elas apresentam várias séries, que depois saem encadernadas em formato menor, os chamados tanko-hon ou tanko-bon.
- Para saber mais, leia o livro Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses.
- Otaku
São os fanáticos por mangá, animês ou seriados; ou, pelo menos, é o que se convencionou usar no Brasil.
O termo significa algo como “viver num casulo” e foi cunhado em 1983 pelo escritor Akio Nakamori para definir pessoas que se isolam do mundo real, vivendo apenas em função de quadrinhos, video games, seriados, culto a cantores, etc. No entanto, muito diferente de um torcedor fanático por seu time de futebol, o otaku é um indivíduo fechado, avesso ao convívio social. No Brasil, os fãs de mangá e animê se auto-intitulam otakus. A modalidade brasileira é muito diferentes da sua contraparte oriental. Estes, via de regra, são pessoas fechadas com sérios problemas em se relacionar com outras pessoas. Nos eventos brasileiros, é grande o número de garotas e de casais de namorados, o que raramente acontece entre otakus japoneses.
- Para saber mais, leia o livro Otaku – Os Filhos do Virtual.
- OVA
É a sigla para “Original Video Animation” e indica quando uma animação foi feita para o mercado de venda direta ou de locadoras. Geralmente, apresentam produção melhor do que a da TV e inferior à de cinema.
O primeiro O.V.A. foi Dallos II, realizado pelo Studio Pierrot em 1983. No começo era também chamado de OAV. O mercado de vídeo é grande e mais de sessenta títulos originais chegam às lojas e locadoras anualmente.
- Seiyuu
Significa “dublador”, uma profissão altamente badalada e glamurosa no Japão.
Tratados como astros, os dubladores têm publicações especializadas, fã-clubes e produtos que licenciam suas imagens. É comum virarem atores ou cantores.
- Shojo Manga
Se por um lado, o quadrinho ocidental é muito identificado com jovens do sexo masculino, o mesmo não ocorre no Japão. O shojo (leia “shoudyo”) mangá (ou mangá adolescente feminino) tem uma diversidade muito maior de títulos do que os shonen mangá (mangá para rapazes), com as mesmas divisões por idade que se observam nos gibis para homens.
Uma peculiaridade do shojo mangá é a forma andrógina como os homens são retratados, sempre galantes e meigos, bem longe do estereótipo do machismo predominante da sociedade japonesa. As histórias têm uma narrativa visual que valoriza mais a leveza das ilustrações em um clima onírico, diferente da narrativa cinematográfica que é mais comum em mangás masculinos.
O tema predominante é o romance, nas mais diferentes abordagens, com espaço também para aventuras dinâmicas e densas histórias de terror. Nos mangás femininos, relações homossexuais (platônicas ou não) aparecem inseridas com naturalidade no contexto de várias histórias.
Entre as mais famosas revistas do gênero shojo, podemos citar a Nakayoshi, Hana to Yume (Flores e sonhos), Shojo Friend e outras.
- Shonen Manga
É o tipo de mangá voltado ao público adolescente masculino. Corresponde ao maior volume de tiragem no mercado editorial de quadrinhos no Japão. A maioria das histórias privilegia a aventura, violência (muitas vezes exagerada) e o humor, mais ou menos nesta ordem.
Os shonen mangá também podem apresentar situações maliciosas, erotismo leve e nudez, coisas que os fariam (e muitas vezes fazem) serem classificados como obras para adultos no ocidente.
Seus maiores expoentes são as shukan (semanais) Shonen Jump, Shonen Sunday e Shonen Magajin. A recordista Jump chega a 400 páginas por edição semanal, com tiragens em torno dos 6 milhões de exemplares.
No Brasil, é o tipo de mangá mais difundido, com títulos como Akira (Ed. Globo), Dragon Ball Z (Conrad Editora), Samurai X (JBC) e outros.
- Tokusatsu
Ao pé da letra, tokusatsu é a abreviatura de “tokushu kouka satsuei”, sendo que tokushu kouka significa “efeitos especiais” e satsuei significa “filmagem”. Juntando tudo, fica “filme de efeitos especiais”. Com o tempo, acabou virando simplesmente sinônimo de efeitos especiais. É totalmente associado aos monstros do cinema e heróis de seriados live-action, mas, no Japão, existem muitos filmes de ficção, terror e aventura que se enquadram no gênero tokusatsu sem que apareçam os tradicionais monstros de borracha e heróis uniformizados.
Eiji Tsuburaya, diretor de efeitos especiais do primeiro filme de Godzilla (1954) e responsável pela criação de Ultraman (1966), é considerado o “Deus dos Efeitos Especiais”, devido à sua contribuição na fase mais experimental e criativa do gênero, em meados dos anos 50 e 60.
No Japão, o mercado não se restringe apenas a crianças e fãs nostálgicos de seus heróis de infância. Existem diversos títulos do gênero voltados a um público adolescente e também adulto.
Os fãs mais hardcore preferem utilizar o termo tokusatsu ao invés de live-action, por este ser mais específico. Existe também, no Brasil, um grande preconceito contra o tokusatsu por parte de vários otakus mais devotados a mangás e animês. Ironicamente, certas tribos de otaku consideram tokusatsu “coisa de criança”. Tal atitude não ocorre no Japão, onde o tokusatsu é visto como parte integrante da cultura pop japonesa.
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