Toshihiko Egashira

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-[[Image:Toshihiki_Egashira.jpg|left]]+[[Image:Toshi.250.jpg|left]]
-Descedente de japoneses, '''Toshihiko Egashira''', conhecido popularmente como senhor Toshi, é um empresário [[brasil]]eiro, célebre por ter sido o licenciador de várias séries japonesas de [[Tokusatsu]] exibidas na [[televisão]] brasileira nos [[anos 80]]. +
-Em [[1980]], foi para o [[Japão]] como bolsista e ficou interessado em trabalhar com produtos nipônicos. Por volta de [[1985]] voltou ao [[Brasil]] e fundou a locadora Golden Fox, localizada no Bairro da [[Liberdade (distrito de São Paulo)|Liberdade]], em [[São Paulo]]. A locadora Golden Fox contava em seu acervo fitas com programas gravadas diretamente da TV japonesa, dos mais variados. +[[Image:IMAGEM6.JPG|right]]
-Mesmo as fitas em japonês e ainda por cima sem legenda, as fitas tinham uma grande aceitação e após um conselho de um cliente e amigo que trabalhava no [[SBT]] resolveu trabalhar com o licenciamento de algumas séries. Porém seu amigo, que de início esteve junto, saiu fora do projeto, apesar de continuar o incentivando. Eis que resolve ir até o Japão, sozinho, para a [[Toei Company]] tentar fechar um acordo de distribuição das séries no Brasil. Tendo sido bem recebido no Japão, fechou um contrato para lançar nacionalmente três séries em vídeo, as séries live-action [[Jaspion]] e [[Changeman]] e o [[anime]] Comando Dolbuck, na época as séries mais recentes produzidas. +[[Image:IMAGEM8.JPG|left]]
-Para trazer as séries para o Brasil teve de enfrentar as leis de importação do país, que eram extremamente burocráticas, o que dificultou muito a entrada das séries no Brasil. Chegando nas locadoras, o anime vendia mais. Porém aos poucos Jaspion e Changeman foram superando Comando Dolbuck. Apesar de vender muitas fitas, a sua empresa, a Everest Vídeo, estava a beira da falência. +'''Toshihiko Egashira''', filho de '''Yukio Egashira''' e '''Machiko Egashira'''.
 +Data e local de nascimento: 25/07/1956 em Saga-ken, Japão.
 +Meus pais imigraram no ano de 1958, pelo navio Argentina Maru quando eu tinha 2 anos de idade, instalando-se inicialmente no município de Mogi das Cruzes-SP, mais precisamente no bairro de Taiaçupeba, para cultivar verduras como: vagens e abobrinhas.
 +Na Terra natal, meus pais eram comerciantes, atuavam na área de lavanderia, e vieram ao Brasil por um sonho maior: ouvia-se que aqui tudo era fartura, arroz (por exemplo, podia pegar nas ruas e as frutas era só esticar os braços) e principalmente, ganhar dinheiro era coisa muito fácil...
 +[[Image:IMAGEM9.JPG|right]]
 +Apesar de eles terem trazido certo capital, o dinheiro logo se acabou, a minha infância foram nas casas onde não havia energia elétrica, nem água encanada, banheiro era um buraco no chão, casa com parede de barros e bambus, comida fresca só no dia em que meus pais faziam compras uma vez ao mês na cidade, sem energia elétrica não havia geladeira muito menos TV.
-Com o sucesso das séries, Toshi sondou algumas redes de TV, dentre elas a [[Globo]], o SBT e a [[Bandeirantes]], todas elas recusando as séries, até que a atualmente falida [[Manchete]] as aceitou e passou a exibi-las. Na época ([[1988]]) tais séries foram febre no Brasil, chegando ao ponto de as séries juntas só perderem em audiência para jogos de futebol. +Apesar da pobreza, sempre estudamos bastante, e naquela época havia boas escolas públicas, tínhamos que caminhar quilômetros a pé, porque era a única maneira para estudar.
 +Lá, pelos anos de 1968, quando eu ainda tinha os meus 12 anos de idade, meus pais haviam cultivados uma área de +/- 1 alqueires de repolho, que mudou radicalmente a situação da família, o produto atingiu ótimos preços, e com esta renda levantou a nossa primeira casa de alvenaria, energia elétrica e água encanada. Também adquiriu o nosso primeiro carro, era um fusca velho, mas deu muita alegria a família.
 +[[Image:IMAGEM7.JPG|left]]
 +Apesar da melhoria da situação financeira, continuei sempre ajudando meus pais na roça, tombando terras, gradeando, cultivando, plantando, colhendo, etc. Mas sempre sonhava em sair daquele trabalho duro e sacrificado que também não tinha grande retorno financeiro.
 +Quando completei 18 anos, saí de casa em busca de um horizonte melhor, estudava de noite na faculdade de Mogi das Cruzes, e de dia trabalhava com compra e venda de batatas, achando que esse era o melhor negócio do mundo, mas na pratica só tive problemas sem retorno, e a minha vida de estudante de administração e comerciante de batata sem tarimba só era pesadelo. Lembro ainda que nos dias das provas, as minhas notas eram retidas devido à falta de pagamento da mensalidade, e aí eu percebia que estava inadimplente, e corria para acertar a mensalidade soltando um cheque para depois cobrir (de que forma não lembro, mas não foi fácil). A faculdade não foi uma escola tão boa como este comércio que fiz, foi uma lição de vida e de negócio. No último ano letivo, surgiu o exame para bolsa de estudo "kempi ryugakussei" e fui aprovado.
 +Fiquei 2 anos (1 ano como ryugakussei e outro como kenshuussei) no Japão, e foi ótimo; percebi que a vida não é só na roça, nem de batatas, e foi quando descobri o meu horizonte.
 +[[Image:IMAGEM3.JPG|right]]
 +Após o retorno como ryugakusei do Japão, considero que foi a segunda fase da minha vida.
 +Épocas de bons negócios e de boa estabilidade financeira, começando com a vídeo-locadora ‘’’Golden Fox Vídeo’’’ que tinha como atividade principal de locar filmes de programas da TV japonesa para os nikkeis do Brasil, e nesta fase, iniciou também a distribuição de vídeo para outras locadoras com o selo de ‘’’Everest vídeo’’’ do qual nasceu outras ramificações interligadas no ramo:
 +1- Distribuição de seriados para TV
 +2- Licenciamento e merchandising dos personagens
 +3- Shows ao vivo em ginásio e o nascimento do circo show
 +4- Indústria de brinquedos Everest
 +5- Agência de publicidade para exploração e venda dos espaços publicitários resultantes dos negócios com as TVs pelas colocações dos seriados.
 +[[Image:IMAGEM1.JPG|left]]
 +As grandes presenças dos brinquedos chineses no mercado nacional ocasionaram o enfraquecimento dos fabricantes interno pelas inúmeras razões, às emissoras de TVs, por sua vez mudaram os focos das programações dos horários diurnos, diminuindo os horários infantis para as de donas de casa, principalmente falando de culinárias e fofocas de artistas. Estes formatos da grade de programação das TVs descobriram grandes nichos de mercado de vendas diretas dos produtos, como, de emagrecer, filmadoras, churrasqueiras, cartilagens, etc...
 +Com a falta de espaços para colocação de seriados, mais o enfraquecimento dos patrocinadores das indústrias locais, não tive outra solução a não ser do fechamento dos negócios ligados a seriados.
 +[[Image:IMAGEM4.JPG|right]]
 +O Circo Show, transformado numa casa noturna Country, de nome '''Caipilona''' instalada na AV. Pereira Barreto em São Bernardo do Campo - SP, na divisa com Santo André, o qual na época do modismo do caipira moderno fez grandes sucessos. Infelizmente hoje não existe mais.
-Para se ter idéia da situação, Jaspion sozinho (segundo dados da revista Herói) foi responsável por 12% da audiência da Manchete, marca muito superior a alcançada anos depois por [[Cavaleiros do Zodíaco]]. Com o sucesso das séries na TV, a Everest Vídeo trouxe em [[1989]] para o Brasil [[Flashman]], que também fez sucesso no país. Além do sucesso de audiência na TV, produtos relacionados às séries foram feitos (máscaras, chicletes, álbuns, máscaras e outros) e que vendiam muito. +[[Image:IMAGEM5.JPG|left]]
-Com o sucesso de suas séries, Toshi trouxe ainda pela Everest [[Metalder]], [[Black Kamen Rider]], [[Spielvan]] e [[Maskman]]. Nos [[anos 90]], Toshi vendeu a Everest Vídeo e fundou a Tikara Filmes, através da qual licenciou as séries [[Winspector]], [[Solbrain]], [[Patrine]], [[Kamen Rider Black RX]] e os animes [[Shurato]] e [[Yu Yu Hakusho]]. Toshi ainda tinha planos de trazer as séries [[Bioman]], [[Liveman]], [[Turboranger]] e [[Janperson]] para o Brasil, porém devido ao declínio do gênero no país sua idéia foi por água abaixo.+Nos anos de 94 a 99 (já com as empresas de fabricação e Circo-show fechados) ainda continuei no ramo de importação dos direitos para TV e licenciamento junto com a parceria com o Sr. Yamaguchi da Indústria Glasslite, e em paralelo a atividade principal era o “tele serviço” que atuei durante 5 anos que me proporcionou grandes ganhos. Devido a um projeto encaminhado pelo Deputado que fez oposição contra esta modalidade de serviço, tivemos que encerrar a atividade.
-Atualmente, Toshi retirou-se da área de licenciamento de séries e se dedica à outros ramos empresariais, como a [[Cirurgia Estética|Medicina Estética]] e a [[Agropecuária]]. Em meados de [[2005]] foi entrevistado pela [[Revista Gyodai]].+Atualmente resido na fazendo no interior Paulista (a 500 km da capital – Paraguaçu Paulista) com atividade de pecuária e cultura de soja, mandiocas para féculas e construção civil na cidade de São José dos Pinhais-PR, levando a vida aos sabores do vento.
 +[[Image:IMAGEM10.JPG|right]]
 +Um grande abraço a todos.
 +Toshi
-==Sobre o fim do tokusatsu no Brasil== 
-Na opinião de Toshihiko Egashira, o gênero tokusatsu no Brasil acabou devido ao excesso de séries que eram exibidas ao mesmo tempo em diversas emissoras de TV. Sua idéia original era de trabalhar com 2 a 3 séries por ano, o que não foi possível devido ao interesse de outras empresas nas séries, dentre elas as também hoje falidas Top Tape e Oro Filmes e até mesmo a Rede Globo. Com o tempo isso saturou o público brasileiro das séries, coisa da qual Toshi alertou a Toei em suas conversas. 
-Atualmente, você pode conferir reportagens feitas por Luiz Guedes (Toshihiko Egashira, Nelson Sato e muitos outros)no site www.tokufriends.com 
-==Veja também== 
-* [[Everest Vídeo]] 
-* [[Tikara Filmes]] 
-[[Categoria:Empresários do Brasil|Toshihiko Egashira]]+[[Categoria:Personalidades]]
-[[Categoria:Nipo-brasileiros]]+[[Categoria:Imigrantes]]
-Atualmente, você pode conferir reportagens feitas por Luiz Guedes (Toshihiko Egashira, Nelson Sato e muitos outros)no site www.tokufriends.com+
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-Os primeiros contato com estes personagens produzida pela Toei Co (jaspion,changeman,flashman,kamen rider,etc...)foi nos anos de 1983~1984,qdo percebi que as crianças, indiferente de ser descendente ou não de japoneses, adoravam estes filmes/videos ainda faladas em nihongo. Logo na primeira oportunidade procurei a produtora(Toei Co)no Japão e apesar de eu ser bastante novato(29 anos na época), foram bem atenciosos comigo, d'onde saí inicialmente com um contrato de exploração p/distribuição de video no territorio nacional. Como a aceitação do video foi tão extraordinaria, resolvi tb apostar na veiculação em TV, Foram bons anos com a parceria com a extinta TV Manchete,onde chegou a atingir 12 a 13 pontos de audiencias diárias, números difíceis p/ programa infantis.Devido a este boom, criamos empresa de licenciamentos de marcas p/ fabricação de inúmeros produtos como:brinquedos,roupas,editoriais,discos e fitas,figurinhas,etc.. e tb montamos uma fábrica de brinquedos(Brinquedos Everest)p/atender esta demanda.+
-P/ entreter mais ainda, buscamos roupagens utilizadas na produção dos seriados no Japão, p/ montarmos o Circo do Jaspion e Changeman do show ao vivo que foram apresentadas em varias cidades do Brasil.+
- Foram épocas maravilhosas,não tinha medo de errar, nem de acertar.+
-A audácia e a vontade de buscar o sonho, mais o conhecimento da lingua japonesa que adquiri ao longo dos anos,atravez dos meus pais,e tb da minha ida ao japão como ryugakussei apos o termino da faculdade de administração foram a força motora da minha vida.+
- Atualmente trabalho no ramo de construção civil e fazenda no interior paulista.+

Revisão atual

Toshihiko Egashira, filho de Yukio Egashira e Machiko Egashira. Data e local de nascimento: 25/07/1956 em Saga-ken, Japão. Meus pais imigraram no ano de 1958, pelo navio Argentina Maru quando eu tinha 2 anos de idade, instalando-se inicialmente no município de Mogi das Cruzes-SP, mais precisamente no bairro de Taiaçupeba, para cultivar verduras como: vagens e abobrinhas. Na Terra natal, meus pais eram comerciantes, atuavam na área de lavanderia, e vieram ao Brasil por um sonho maior: ouvia-se que aqui tudo era fartura, arroz (por exemplo, podia pegar nas ruas e as frutas era só esticar os braços) e principalmente, ganhar dinheiro era coisa muito fácil...

Apesar de eles terem trazido certo capital, o dinheiro logo se acabou, a minha infância foram nas casas onde não havia energia elétrica, nem água encanada, banheiro era um buraco no chão, casa com parede de barros e bambus, comida fresca só no dia em que meus pais faziam compras uma vez ao mês na cidade, sem energia elétrica não havia geladeira muito menos TV.

Apesar da pobreza, sempre estudamos bastante, e naquela época havia boas escolas públicas, tínhamos que caminhar quilômetros a pé, porque era a única maneira para estudar. Lá, pelos anos de 1968, quando eu ainda tinha os meus 12 anos de idade, meus pais haviam cultivados uma área de +/- 1 alqueires de repolho, que mudou radicalmente a situação da família, o produto atingiu ótimos preços, e com esta renda levantou a nossa primeira casa de alvenaria, energia elétrica e água encanada. Também adquiriu o nosso primeiro carro, era um fusca velho, mas deu muita alegria a família.

Apesar da melhoria da situação financeira, continuei sempre ajudando meus pais na roça, tombando terras, gradeando, cultivando, plantando, colhendo, etc. Mas sempre sonhava em sair daquele trabalho duro e sacrificado que também não tinha grande retorno financeiro. Quando completei 18 anos, saí de casa em busca de um horizonte melhor, estudava de noite na faculdade de Mogi das Cruzes, e de dia trabalhava com compra e venda de batatas, achando que esse era o melhor negócio do mundo, mas na pratica só tive problemas sem retorno, e a minha vida de estudante de administração e comerciante de batata sem tarimba só era pesadelo. Lembro ainda que nos dias das provas, as minhas notas eram retidas devido à falta de pagamento da mensalidade, e aí eu percebia que estava inadimplente, e corria para acertar a mensalidade soltando um cheque para depois cobrir (de que forma não lembro, mas não foi fácil). A faculdade não foi uma escola tão boa como este comércio que fiz, foi uma lição de vida e de negócio. No último ano letivo, surgiu o exame para bolsa de estudo "kempi ryugakussei" e fui aprovado. Fiquei 2 anos (1 ano como ryugakussei e outro como kenshuussei) no Japão, e foi ótimo; percebi que a vida não é só na roça, nem de batatas, e foi quando descobri o meu horizonte.

Após o retorno como ryugakusei do Japão, considero que foi a segunda fase da minha vida. Épocas de bons negócios e de boa estabilidade financeira, começando com a vídeo-locadora ‘’’Golden Fox Vídeo’’’ que tinha como atividade principal de locar filmes de programas da TV japonesa para os nikkeis do Brasil, e nesta fase, iniciou também a distribuição de vídeo para outras locadoras com o selo de ‘’’Everest vídeo’’’ do qual nasceu outras ramificações interligadas no ramo: 1- Distribuição de seriados para TV 2- Licenciamento e merchandising dos personagens 3- Shows ao vivo em ginásio e o nascimento do circo show 4- Indústria de brinquedos Everest 5- Agência de publicidade para exploração e venda dos espaços publicitários resultantes dos negócios com as TVs pelas colocações dos seriados.

As grandes presenças dos brinquedos chineses no mercado nacional ocasionaram o enfraquecimento dos fabricantes interno pelas inúmeras razões, às emissoras de TVs, por sua vez mudaram os focos das programações dos horários diurnos, diminuindo os horários infantis para as de donas de casa, principalmente falando de culinárias e fofocas de artistas. Estes formatos da grade de programação das TVs descobriram grandes nichos de mercado de vendas diretas dos produtos, como, de emagrecer, filmadoras, churrasqueiras, cartilagens, etc... Com a falta de espaços para colocação de seriados, mais o enfraquecimento dos patrocinadores das indústrias locais, não tive outra solução a não ser do fechamento dos negócios ligados a seriados.

O Circo Show, transformado numa casa noturna Country, de nome Caipilona instalada na AV. Pereira Barreto em São Bernardo do Campo - SP, na divisa com Santo André, o qual na época do modismo do caipira moderno fez grandes sucessos. Infelizmente hoje não existe mais.

Nos anos de 94 a 99 (já com as empresas de fabricação e Circo-show fechados) ainda continuei no ramo de importação dos direitos para TV e licenciamento junto com a parceria com o Sr. Yamaguchi da Indústria Glasslite, e em paralelo a atividade principal era o “tele serviço” que atuei durante 5 anos que me proporcionou grandes ganhos. Devido a um projeto encaminhado pelo Deputado que fez oposição contra esta modalidade de serviço, tivemos que encerrar a atividade.

Atualmente resido na fazendo no interior Paulista (a 500 km da capital – Paraguaçu Paulista) com atividade de pecuária e cultura de soja, mandiocas para féculas e construção civil na cidade de São José dos Pinhais-PR, levando a vida aos sabores do vento.

Um grande abraço a todos. Toshi

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