Shintô
De Nikkeypedia
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O animismo foi o primeiro estágio religioso do Japão, a primeira explicação mitológica que os humanos querem dar-se dos fenômenos e poderes que se afastam da compreensão, desde o ciclo do dia e a noite até à doença e a morte, passando pela sorte dos cultivos e o gado e pelo comportamento das forças atmosféricas. Esta religião da natureza, na que não há dogma nem existem diferenças entre os deuses, os humanos, os animais, as plantas e a matéria inanimada, é uma doutrina de meditação, de conhecimento da unidade universal, que vai unida inseparavelmente à total aceitação da ordem reinante, à assunção da circunstância social e familiar. O Shintô proclama a necessidade da pureza e a exigência da sinceridade. A pureza supõe a eliminação da contaminação pelo sangue, pela morte, pelos alimentos impuros e se consegue através dos ritos purificadores do imi (abstinência), o misogi (banho frio) e o harai (o rito oficiado), que alcança o seu máximo nas festas semestrais do 30 de Junho e do 31 de Dezembro, nos dias do O-harae (Grande purificação). O Shintô (Shin, deuses; tô, caminho = caminho de deuses) foi colhido numa coleção de textos (shinten); finalmente no século VII, numa versão depurada que se transmitiu oralmente até princípios do VIII, quando a imperatriz Gemmyo fez com que Yasumaro recolhesse da memória de Hieda o conteúdo do relato e o escrevesse, dando ao conjunto o nome de Kojiki (Crônica dos tempos antigos) em três livros, mais uma história nacional, o Nihongi, ou Nihom Shoki (Crônica do Japão). Esta doutrina sintoísta renovada, por propugnar a obediência à ordem, ao imperador, terminou por ser a doutrina oficial e a inimiga do budismo no período de recuperação da autoridade imperial, de 1868 a 1872, passando depois a ser uma instituição à qual se deve uma observação e um respeito mais nacionalista do que religioso. | O animismo foi o primeiro estágio religioso do Japão, a primeira explicação mitológica que os humanos querem dar-se dos fenômenos e poderes que se afastam da compreensão, desde o ciclo do dia e a noite até à doença e a morte, passando pela sorte dos cultivos e o gado e pelo comportamento das forças atmosféricas. Esta religião da natureza, na que não há dogma nem existem diferenças entre os deuses, os humanos, os animais, as plantas e a matéria inanimada, é uma doutrina de meditação, de conhecimento da unidade universal, que vai unida inseparavelmente à total aceitação da ordem reinante, à assunção da circunstância social e familiar. O Shintô proclama a necessidade da pureza e a exigência da sinceridade. A pureza supõe a eliminação da contaminação pelo sangue, pela morte, pelos alimentos impuros e se consegue através dos ritos purificadores do imi (abstinência), o misogi (banho frio) e o harai (o rito oficiado), que alcança o seu máximo nas festas semestrais do 30 de Junho e do 31 de Dezembro, nos dias do O-harae (Grande purificação). O Shintô (Shin, deuses; tô, caminho = caminho de deuses) foi colhido numa coleção de textos (shinten); finalmente no século VII, numa versão depurada que se transmitiu oralmente até princípios do VIII, quando a imperatriz Gemmyo fez com que Yasumaro recolhesse da memória de Hieda o conteúdo do relato e o escrevesse, dando ao conjunto o nome de Kojiki (Crônica dos tempos antigos) em três livros, mais uma história nacional, o Nihongi, ou Nihom Shoki (Crônica do Japão). Esta doutrina sintoísta renovada, por propugnar a obediência à ordem, ao imperador, terminou por ser a doutrina oficial e a inimiga do budismo no período de recuperação da autoridade imperial, de 1868 a 1872, passando depois a ser uma instituição à qual se deve uma observação e um respeito mais nacionalista do que religioso. | ||
Revisão de 17:07, 2 Maio 2008
O animismo foi o primeiro estágio religioso do Japão, a primeira explicação mitológica que os humanos querem dar-se dos fenômenos e poderes que se afastam da compreensão, desde o ciclo do dia e a noite até à doença e a morte, passando pela sorte dos cultivos e o gado e pelo comportamento das forças atmosféricas. Esta religião da natureza, na que não há dogma nem existem diferenças entre os deuses, os humanos, os animais, as plantas e a matéria inanimada, é uma doutrina de meditação, de conhecimento da unidade universal, que vai unida inseparavelmente à total aceitação da ordem reinante, à assunção da circunstância social e familiar. O Shintô proclama a necessidade da pureza e a exigência da sinceridade. A pureza supõe a eliminação da contaminação pelo sangue, pela morte, pelos alimentos impuros e se consegue através dos ritos purificadores do imi (abstinência), o misogi (banho frio) e o harai (o rito oficiado), que alcança o seu máximo nas festas semestrais do 30 de Junho e do 31 de Dezembro, nos dias do O-harae (Grande purificação). O Shintô (Shin, deuses; tô, caminho = caminho de deuses) foi colhido numa coleção de textos (shinten); finalmente no século VII, numa versão depurada que se transmitiu oralmente até princípios do VIII, quando a imperatriz Gemmyo fez com que Yasumaro recolhesse da memória de Hieda o conteúdo do relato e o escrevesse, dando ao conjunto o nome de Kojiki (Crônica dos tempos antigos) em três livros, mais uma história nacional, o Nihongi, ou Nihom Shoki (Crônica do Japão). Esta doutrina sintoísta renovada, por propugnar a obediência à ordem, ao imperador, terminou por ser a doutrina oficial e a inimiga do budismo no período de recuperação da autoridade imperial, de 1868 a 1872, passando depois a ser uma instituição à qual se deve uma observação e um respeito mais nacionalista do que religioso.