Toshihiko Egashira
De Nikkeypedia
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Meus pais imigraram no ano de 1958, pelo navio Argentina Maru quando eu tinha 2 anos de idade, instalando-se inicialmente no município de Mogi das Cruzes-SP, mais precisamente no bairro de Taiaçupeba, para cultivar verduras como: vagens e abobrinhas. | Meus pais imigraram no ano de 1958, pelo navio Argentina Maru quando eu tinha 2 anos de idade, instalando-se inicialmente no município de Mogi das Cruzes-SP, mais precisamente no bairro de Taiaçupeba, para cultivar verduras como: vagens e abobrinhas. | ||
Na Terra natal, meus pais eram comerciantes, atuavam na área de lavanderia, e vieram ao Brasil por um sonho maior: ouvia-se que aqui tudo era fartura, arroz (por exemplo, podia pegar nas ruas e as frutas era só esticar os braços) e principalmente, ganhar dinheiro era coisa muito fácil... | Na Terra natal, meus pais eram comerciantes, atuavam na área de lavanderia, e vieram ao Brasil por um sonho maior: ouvia-se que aqui tudo era fartura, arroz (por exemplo, podia pegar nas ruas e as frutas era só esticar os braços) e principalmente, ganhar dinheiro era coisa muito fácil... | ||
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Apesar de eles terem trazido certo capital, o dinheiro logo se acabou, a minha infância foram nas casas onde não havia energia elétrica, nem água encanada, banheiro era um buraco no chão, casa com parede de barros e bambus, comida fresca só no dia em que meus pais faziam compras uma vez ao mês na cidade, sem energia elétrica não havia geladeira muito menos TV. | Apesar de eles terem trazido certo capital, o dinheiro logo se acabou, a minha infância foram nas casas onde não havia energia elétrica, nem água encanada, banheiro era um buraco no chão, casa com parede de barros e bambus, comida fresca só no dia em que meus pais faziam compras uma vez ao mês na cidade, sem energia elétrica não havia geladeira muito menos TV. | ||
Revisão de 12:00, 21 Outubro 2008
Toshihiko Egashira, filho de Yukio Egashira e Machiko Egashira.
Data e local de nascimento: 25/07/1956 em Saga-ken, Japão.
Meus pais imigraram no ano de 1958, pelo navio Argentina Maru quando eu tinha 2 anos de idade, instalando-se inicialmente no município de Mogi das Cruzes-SP, mais precisamente no bairro de Taiaçupeba, para cultivar verduras como: vagens e abobrinhas.
Na Terra natal, meus pais eram comerciantes, atuavam na área de lavanderia, e vieram ao Brasil por um sonho maior: ouvia-se que aqui tudo era fartura, arroz (por exemplo, podia pegar nas ruas e as frutas era só esticar os braços) e principalmente, ganhar dinheiro era coisa muito fácil...
Apesar de eles terem trazido certo capital, o dinheiro logo se acabou, a minha infância foram nas casas onde não havia energia elétrica, nem água encanada, banheiro era um buraco no chão, casa com parede de barros e bambus, comida fresca só no dia em que meus pais faziam compras uma vez ao mês na cidade, sem energia elétrica não havia geladeira muito menos TV.
Apesar da pobreza, sempre estudamos bastante, e naquela época havia boas escolas públicas, tínhamos que caminhar quilômetros a pé, porque era a única maneira para estudar. Lá, pelos anos de 1968, quando eu ainda tinha os meus 12 anos de idade, meus pais haviam cultivados uma área de +/- 1 alqueires de repolho, que mudou radicalmente a situação da família, o produto atingiu ótimos preços, e com esta renda levantou a nossa primeira casa de alvenaria, energia elétrica e água encanada. Também adquiriu o nosso primeiro carro, era um fusca velho, mas deu muita alegria a família.
Apesar da melhoria da situação financeira, continuei sempre ajudando meus pais na roça, tombando terras, gradeando, cultivando, plantando, colhendo, etc. Mas sempre sonhava em sair daquele trabalho duro e sacrificado que também não tinha grande retorno financeiro. Quando completei 18 anos, saí de casa em busca de um horizonte melhor, estudava de noite na faculdade de Mogi das Cruzes, e de dia trabalhava com compra e venda de batatas, achando que esse era o melhor negócio do mundo, mas na pratica só tive problemas sem retorno, e a minha vida de estudante de administração e comerciante de batata sem tarimba só era pesadelo. Lembro ainda que nos dias das provas, as minhas notas eram retidas devido à falta de pagamento da mensalidade, e aí eu percebia que estava inadimplente, e corria para acertar a mensalidade soltando um cheque para depois cobrir (de que forma não lembro, mas não foi fácil). A faculdade não foi uma escola tão boa como este comércio que fiz, foi uma lição de vida e de negócio. No último ano letivo, surgiu o exame para bolsa de estudo "kempi ryugakussei" e fui aprovado. Fiquei 2 anos (1 ano como ryugakussei e outro como kenshuussei) no Japão, e foi ótimo; percebi que a vida não é só na roça, nem de batatas, e foi quando descobri o meu horizonte.
Após o retorno como ryugakusei do Japão, considero que foi a segunda fase da minha vida. Épocas de bons negócios e de boa estabilidade financeira, começando com a vídeo-locadora ‘’’Golden Fox Vídeo’’’ que tinha como atividade principal de locar filmes de programas da TV japonesa para os nikkeis do Brasil, e nesta fase, iniciou também a distribuição de vídeo para outras locadoras com o selo de ‘’’Everest vídeo’’’ do qual nasceu outras ramificações interligadas no ramo: 1- Distribuição de seriados para TV 2- Licenciamento e merchandising dos personagens 3- Shows ao vivo em ginásio e o nascimento do circo show 4- Indústria de brinquedos Everest 5- Agência de publicidade para exploração e venda dos espaços publicitários resultantes dos negócios com as TVs pelas colocações dos seriados.
As grandes presenças dos brinquedos chineses no mercado nacional ocasionaram o enfraquecimento dos fabricantes interno pelas inúmeras razões, às emissoras de TVs, por sua vez mudaram os focos das programações dos horários diurnos, diminuindo os horários infantis para as de donas de casa, principalmente falando de culinárias e fofocas de artistas. Estes formatos da grade de programação das TVs descobriram grandes nichos de mercado de vendas diretas dos produtos, como, de emagrecer, filmadoras, churrasqueiras, cartilagens, etc... Com a falta de espaços para colocação de seriados, mais o enfraquecimento dos patrocinadores das indústrias locais, não tive outra solução a não ser do fechamento dos negócios ligados a seriados.
O Circo Show, transformado numa casa noturna Country, de nome Caipilona instalada na AV. Pereira Barreto em São Bernardo do Campo - SP, na divisa com Santo André, o qual na época do modismo do caipira moderno fez grandes sucessos. Infelizmente hoje não existe mais. Nos anos de 94 a 99 (já com as empresas de fabricação e Circo-show fechados) ainda continuei no ramo de importação dos direitos para TV e licenciamento junto com a parceria com o Sr. Yamaguchi da Indústria Glasslite, e em paralelo a atividade principal era o “tele serviço” que atuei durante 5 anos que me proporcionou grandes ganhos. Devido a um projeto encaminhado pelo Deputado que fez oposição contra esta modalidade de serviço, tivemos que encerrar a atividade.
Atualmente resido na fazendo no interior Paulista (a 500 km da capital – Paraguaçu Paulista) com atividade de pecuária e cultura de soja, mandiocas para féculas e construção civil na cidade de São José dos Pinhais-PR, levando a vida aos sabores do vento.
Um grande abraço a todos. Toshi