Misora Hibari

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[editar] Uma das cantoras mais admiradas dentro e fora do Japão tem, em sua carreira, 1.160 canções gravadas

Cantora realizou turnê pelo Brasil em 1969

Cantora realizou turnê pelo Brasil em 1969.
Cantora realizou turnê pelo Brasil em 1969.

A cantora Misora Hibari, que atuou ininterruptamente dos 6 até os seus 52 anos, mantendo uma inabalável popularidade, foi agraciada pelo governo japonês com o prêmio de Honra ao Mérito ao Cidadão. Consta que a razão é: “Por ter ela persistido na dedicação sincera ao mundo da canção popular do pós-guerra, proporcionando ao povo japonês o sonho e a esperança através da canção popular”.

O total de temas gravados em disco por ela foi de 1.160 canções. E o total de discos vendidos chegou a espantosas 40 milhões de cópias. Isso seria como se 1 em cada 3 japoneses tivesse comprado um disco dela. Foram 165 filmes e 230 apresentações em palco. Há 26 livros que falam de Hibari, sem contar revistas e mooks (publicação que é um misto de livro e revista – book e magazine). Por esses números, pode-se ter noção de que ela foi uma verdadeira superstar.

A carreira

Desde os 6 anos, com o ingresso do pai no Exército, ela cantava em suas visitas para confortá-lo. Em 1945, seu pai constituiu a banda Misora, com a qual passou a cantar em teatros da região. Seu nome artístico, nessa época, era Misora Kazue. Em 1946, participou do concurso de calouros da NHK, mas, por ter assumido comportamento de adulta apesar de ser criança, foi rejeitada e eliminada. Em 1949, atuou pela primeira vez no cinema e gravou seu primeiro disco. Em 1950, realizou apresentações no Havaí, que foram um grande sucesso. Em 1952, a canção Ringo Oiwake, tema da radionovela A menina do pomar de macieiras, também estourou, com mais de 700 mil discos vendidos. Em 1954, teve a sua primeira participação no quinto Kohaku Utagassen (competição entre equipe masculina e feminina de cantores realizada tradicionalmente no dia 31 de dezembro pela NHK). Em 1957, durante a sua apresentação em Asakusa, Tóquio, sofreu um atentado por um fã, que lhe atirou ácido sulfúrico, mas seu ferimento foi leve, recuperando-se totalmente em três semanas.

Em 1960, conquistou o prêmio Nippon Record Taisho (The Japan Record Awards), na categoria canção, com Aishu Hatoba. Em 1965, ganhou o Grand Prix do sétimo Nippon Record Taisho, com a canção Yawara. Em 1969, realizou com sucesso uma turnê pelo Brasil. A partir dos anos 70, não teve grandes sucessos, mas seu repertório não se limitou somente a enka (canção popular caracterizada pela melancolia) ou kayokyoku (canção popular). Ela dominava também mambo, pop, jazz e até ária de ópera, atuando de forma intensa em televisão, concertos, palcos, sendo novamente reconhecida por profissionais de cada área. Foi uma cantora que sempre teve visão das tendências da época e tomou a dianteira, o que foi o segredo do seu sucesso. Foi uma pessoa de múltiplas habilidades, como atriz de cinema, atriz de teatro, mestre em dança tradicional japonesa e tocava shamisen (instrumento de corda) e hogaku (música tradicional japonesa).

Vida pessoal

Sua família era muito unida. Seus dois irmãos menores tornaram-se também cantores, mas ambos morreram aos 40, e a cantora adotou como filho o sobrinho Kazuya. Em 1962, anunciou o noivado com o ator Kobayashi Akira, e, em pouco tempo, em 1964, divorciou-se. Em 1963, seu pai, Masukichi, morreu tuberculoso. Em 1981, sua mãe, Kimie, faleceu, aos 68 anos, devido a um tumor cerebral em metástase. Atualmente, somente sua irmã mais nova, Setsuko Kato, que também canta, está viva.

Antigamente, as apresentações realizadas no interior eram controladas pela yakuza, a máfia japonesa, que agia como uma espécie de segurança dos artistas. Em 73, um incidente com seu irmão trouxe à tona o envolvimento do grupo Yamaguchi com a família da cantora, o que ocasionou o rompimento de suas relações com a NHK, impedindo-a de participar do Kohaku Utagassen desse ano. Sua ausência foi sentida até 1979.

Em 1987, foi internada por hepatite crônica e necrose da cabeça do fêmur, mas, no ano seguinte, realizou o Show de Fênix, na inauguração do estádio Tokyo Dome, cantando por 2h30 para um público de 50 mil pessoas. No entanto, depois disso, não mais recuperou a saúde, vindo a falecer em 24 de junho de 1989, vítima de pneumonia intersticial. Seu último sucesso foi Kawa no nagare no you ni, eleita a canção que o público gostaria de deixar para o século XXI. A rainha das canções, que, desde a época da reconstrução do pós-guerra, veio sempre encorajando e confortando o coração dos japoneses, é realmente, como diz o próprio nome, uma cotovia (Hibari) que continua eternamente a cantar pelo belo céu (Misora).

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