A lenda do Nobre Cachorro
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[editar] A lenda do Nobre Cachorro
Há muitos e muitos anos, na Era Mitológica, em Takama no Hara, a Alta Planície Celeste, Amaterasu Oomikami, a Augusta deusa Sol, pediu para o deus guerreiro Ama-no-Wakahiko (Jovem Divindade Celeste) que fosse a Mizuho no Kuni (País das Espigas de Arroz), hoje Japão, para verificar se os habitantes locais eram fiéis a sua soberania, pois havia comentários de que chefes das tribos terrestres eram por demais indisciplinados, arrogantes e não prestariam obediências a nenhum deus celeste.
Nessa época, Zenchi-no-Mikoto (deus da Graça Divina) estava para selecionar alguns animais para comandar simbolicamente o destino da humanidade. Então, pediu que Wakahiko, quando chegasse ao País das Espigas de Arroz, dialogasse e convidasse vários animais interessantes para estarem no Monte Fuji, na manhã do ano-novo. Os primeiros doze que chegassem receberiam o honroso título de Nobres Animais-Signos.
O guerreiro celeste Wakahiko, procedeu conforme o pedido da divindade Zenchi-no-Mikoto e entrevistou muitos animais. Aqueles que ele considerava interessantes convidava para comparecer ao Monte Fuji. Assim, o cachorro e o gato foram convocados para dialogar com ele. Tanto o cachorro como o gato queriam ser um dos escolhidos e travou-se um clima de competição entre eles.
O gato contou para Wakahiko que o cachorro comia demais e tudo que sabia fazer era ficar tomando conta de portas. Por sua vez, o cachorro disse ao Divino Guerreiro que o gato costumava roubar comida e só comia do bom e do melhor. Além disso, a única coisa que sabia fazer era correr atrás de ratos. Assim, os dois começaram a travar uma feroz discussão diante de Wakahiko.
A certa altura da conversa, o Guerreiro Celeste perguntou ao cachorro quanto ele comia por dia. O cachorro respondeu com honestidade que comia uma tigela grande de comida a cada refeição. Então, Wakahiko fez a mesma pergunta ao gato, que, bancando o esperto, respondeu que só lhe davam uma tigela pequena de comida por dia, por isso era menor que o cachorro. Wakahiko ficou com pena do gato e disse que ele tinha bom argumento em querer ser um Nobre Animal-Signo, mas que o cachorro também poderia participar da escalada ao topo do Monte Fuji.
Sabendo que o rato havia sido convidado anteriormente, o gato, como era dorminhoco, pediu insistentemente para ele que o acordasse bem cedo na manhã do ano-novo. Porém, quando o dia chegou, o rato deixou o gato dormindo e foi em direção ao Monte Fuji. Apesar da fama de dorminhoco, havia muita ansiedade, e o gato até que acordou cedo naquele ano-novo. Mas, na hora que ia saindo de casa, viu o cachorro indo à sua frente. Então, deu um tempo, com medo de que o cachorro o atacasse por ele ter mentido ao guerreiro Wakahiko.
Quando os primeiros raios de sol do novo ano iluminaram o Monte Fuji, a divindade Zenchi-no-Mikoto chegou ao topo em seu cavalo alado. Em seguida, foi nomeando os animais por ordem de chegada. O cachorro chegou ao topo do monte quando a lista dos doze já estava quase completa. Restava somente dois lugares a serem preenchidos. O cachorro recebeu da divindade Zenchi-no-Mikoto a outorga de Nobre Cachorro-Signo, por sua sinceridade. Dessa forma, o Nobre Cachorro passou a compor os doze animais do Zenchi Junishi Onmyodo, também conhecido como horóscopo japonês.
Quando o gato chegou ao topo do Monte Fuji, já estava completo o grupo dos 12 animais signos. Assim, o gato ficou fora do panteão dos Nobres Animais-Signos, porque o javali chegou antes dele por acaso. Por isso, o gato ficou com muita raiva do rato, que não o acordou conforme o combinado. Então, até hoje ele persegue o rato para dar lhe uma lição. Por sua vez, o cachorro persegue o gato, que usou de mentiras contra ele diante do Guerreiro Celeste.
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