Min’yÅ
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Min’yō (民謡), ou canção folclórica, é um gênero de música tradicional japonesa. A palavra é um calque do alemão Volkslied (canção do povo), e o seu conceito entrou no Japão no fim do século XIX. As canções diferem conforme a região; praticamente cada uma delas está ligada a uma localidade, como o revelam muitos dos seus nomes atuais. Ex.: Tsugaru Yamauta, Akita Ondo, Kushimoto Bushi (uta, ondo, bushi podem traduzir-se como “canção”).
Muitas das canções eram originariamente entoadas no trabalho para aliviar a fadiga e a monotonia; outras acompanhavam danças, rituais, cerimônias, ou serviam para diversão em festas ou bebedeiras. As letras podem ser introspectivas, pessoais, desinibidas, bem como gabar um determinado local; podem ter também o seu tanto de absurdo, meramente para acompanhar um ritmo ou melodia. Em pequenas comunidades do Japão, os membros mais antigos podem formar sociedades de preservação para manter vivas canções em risco de desaparecer, como as relacionadas com o trabalho manual.
A maioria das canções era cantada em solo ou em grupos; a partir do período Edo começou-se a acrescentar acompanhamento de shamisen, shakuhachi, shinobue. A percussão também é muito empregada, especialmente em canções de dança. Característico do min’yō é o uso de kakegoe, gritos não-melódicos cruciais para o clima de uma canção (ex.: aa dokkoisho dokkoisho; hai hai; sore sore; yassho makasho; ha yoi yoi yoi), e de hayashi, refrões melódicos. Ainda bastante apreciada pelos fãs é uma voz que seja tsuchikusai (“com cheiro de terra”).
No século XX muitas canções foram modificadas para se tornar melodias virtuosísticas, melismáticas e extremamente ornamentadas que exigem esforço árduo para aprender e entoar. Bons cantores são muito admirados. Segundo um dito japonês do pós-guerra, a canção folclórica é a terra natal do coração (kokoro no furusato).