Amaterasu

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A deusa do Sol saindo da caverna e trazendo novamente a luz para o universo.
A deusa do Sol saindo da caverna e trazendo novamente a luz para o universo.

Amaterasu (天照) Também conhecida como Ama-Terasu-Oho-Mi-Kami (天照大神). Deusa do sol, divindade japonesa que vela sobre os homens e os enche de benefícios. Nasceu do olho esquerdo de Izanagi e domina o panteão xintoista, em que figura um certo número de personificações das forças naturais. É representada empunhando um disco solar.

"Amaterasu vivia em uma gruta, em companhia de suas criadas, que lhes teciam cotidianamente um quimono da cor do tempo. Todos os dias de manhã, ela saía para iluminar a Terra. Até o dia em que seu irmão, Susanoo, deus do Oceano jogou um cavalo esfolado nos teares das criadas tecelãs. Assustadas, elas se atropelaram, e uma delas morreu, com seu sexo furado por sua própria laçadeira. A deusa Amaterasu não apreciou a brincadeira: não gostava de cavalo cru. Zangada, recolheu-se em sua gruta e a luz desapareceu. E o pânico foi semeado até no céu, onde viviam os deuses e as deusas, que como os humanos, também não enxergavam nada. Eles se reuniram e bolaram uma estratagema. Pediram a Uzume, a mais engraçada das deusas, que os distraísse diante da gruta fechada em que Amaterasu estava amuada. Uzume não usou de meios termos: levantando a saia, pôs-se a dançar provocantemente, exibindo suas partes íntimas com caretas irresistíveis. Estava tão divertida que os deuses desataram na gargalhada... Curiosa, Amaterasu não aguentou: entreabriu a pedra que fechava a gruta, e os deuses lhe estenderam um espelho onde ela viu uma mulher esplêndida. Surpresa, ela se adiantou. Então os deuses agarraram-na e Amaterasu saiu para sempre de sua gruta. O mundo estava salvo."


Conteúdo

[editar] AMATERASU e SUSA-NO-O

Ao ouvir aqueles horríveis sons que também subiam ao Céu, Amaterasu preparou-se com o seu arco tenso e mil flechas no seu saco, para receber como merecia aquela desconhecida visita que se anunciava de tal maneira. Quando viu que o temido visitante era o seu irmão, a deusa desconfiou dos motivos que o levavam ao seu reino, pois receava que ele quisesse apoderar-se dele. Susa-no-o fez protestas da sua boa vontade e explicou que a única coisa que desejava era chegar às profundidades da terra, para ver a sua defunta mãe, e que só queria despedir-se da sua irmã querida antes de partir. Após aquelas palavras, os irmãos fizeram um juramento e, dos troços da espada de Susa-no-o, Amaterasu forjou três deusas: por sua parte, Susa-no-o tomou os ganchos das tranças de Amaterasu e com eles deu forma a cinco deuses. Foi assim como nasceram os oito deuses fundadores das grandes famílias, sendo a imperial uma delas, precisamente a única que saiu do alfinete da trança esquerda de Amaterasu. Mas Susa-no-o sentiu-se embriagado pelo orgulho de ter sido capaz de criar mais deuses do que a irmã, entregando-se a uma louca destruição do reino de Amaterasu, até ao ponto de que ela correu a esconder-se atemorizada, refugiando-se numa caverna do céu, tampando a entrada com uma grande rocha. Ao desaparecer o Sol, o Japão escureceu e os deuses celestes alarmaram-se. De maneira que as oitenta mil divindades se reuniram em assembléia, tentando solucionar a espantosa escuridão, e encontraram a forma de fazer sair Amaterasu da cova, dispondo que a deusa Amanouzume, divindade do baile, se pusesse a dançar estrondosamente. enquanto todos os deuses falavam a gritos e riam alvoroçados, Amaterasu, do seu esconderijo, não pôde evitar ouvir a alegria daquela festa e quis saber a causa de tal algaravia. Então disseram-lhe que o faziam porque tinham encontrado uma nova deusa, melhor do que qualquer uma das conhecidas. Curiosa, Amaterasu assomou-se para ver para esse maravilhoso ser, ficando deslumbrada pelo seu reflexo num espelho que os seus companheiros divinos tinham orientado para a entrada da cova. Então Tajikarao, deus da força, agarrou-a pelo braço enquanto Futotama colocava na entrada da cova a rede de corda de palha de arroz, o shimenawa que tinha tecido provisoriamente, para impedir qualquer tentativa de regresso ao refúgio. Com Amaterasu fora da cova rochosa do céu, voltou a luz ao Japão e a paz aos deuses.

[editar] A ESTIRPE IMPERIAL DE AMATERASU

Da deusa e virgem Amaterasu nasceu um filho, Osi-ho-mimi, a quem a deusa do Sol pediu que descesse à Terra para governar o Japão, tomando para si o reino que tinha o descendente do seu irmão Susa-no-o, O-Kuni-nushi e que pensava passar para o seu filho e sucessor Kotosiro-nushi. Mas Osi-ho-mimi não cumpriu a ordem divina e justificou-se perante a mãe dizendo-lhe que o filho que ele tinha tido, Ninigi, no seu casamento com a filha de Takamimusubi, devia ser o precursor da estirpe imperial japonesa. Aceitou Amaterasu a troca e Ninigi foi enviado para o Japão, na companhia de cinco deuses e com as três jóias imperiais que lhe serviriam para adorar a deusa do Sol em qualquer momento e como prova do seu poder divino, aterrando na corte celestial sobre o país dos juncos. Depois se dividiram, indo os cinco deuses pelo seu lado, para estabelecer o culto do Shintô, e Ninigi pelo dele, à procura da donzela que teria que ser sua esposa Encontrou em Kasasa a muito bela princesa Kono-hana-Sukuya-hime e fê-la sua esposa; mas, na sua primeira noite, a princesa anunciou que já esperava o nascimento de um filho; Ninigí não pôde aceitar que aquele filho pudesse ser seu e respondeu-Ihe que devia ser filho de um ser da terra; perante as suas dúvidas, a princesa Kono-hana-Sukuya-hime mandou construir uma cabana, depois encerrou-se nela até que chegaram as dores do parto: então, queimou a cabana, jurando que se o filho que vinha não era filho de Ninigi, pedia que o mesmo fogo matasse esse menino, dando assim prova da sua virtude. E a princesa Sukuya-hime deu felizmente à luz, não a uma, mas três criaturas, três belos homens, que receberam, como recordatório da honestidade da mãe, o nome do fogo probatório (ho), chamando-se: Ho-deri (fogo brilhante), Ho-suseri (fogo ardente) e Ho-ho-demi (fogo de brasas).


[editar] Predefinição:Ligações externas

[editar] Veja também

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