Cerimônia do chá

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Texto baseado no livro “Vivência e Sabedoria do Chá”, de autoria de Soshitsu Sen XV, São Paulo, T.A. Queiroz Editor, 1981. Texto baseado no livro “Vivência e Sabedoria do Chá”, de autoria de Soshitsu Sen XV, São Paulo, T.A. Queiroz Editor, 1981.
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 +[[categoria:Cultura Japonesa]]

Revisão de 20:19, 31 Janeiro 2008

"O CAMINHO É O SEU DIA A DIA"

"O Chá não é nada mais do que isto: Primeiro você aquece a água, e então você prepara o chá. Então você o bebe corretamente. Isso é tudo o que você precisa saber".

                  Sen Rikyu (1522/1591)


A prática de tomar chá verde em pó aportou no Japão com os monges zen-budistas que chegavam da China, no século XII. Com o tempo, seu uso difundiu se entre os samurais, chegando até às comunidades rurais. Tornaram-se comuns os “Cha-yoriai” (reuniões de chá), em que se promoviam concursos de provadores de chá com ostensivas exibições de riquezas e apostas vultosas. Foi somente no final do século XV que o monge zen-budista Murata Shuko (1422/1502) passou a incentivar a prática da cerimônia de chá em salas pequenas, com pouco utensílios, muitos de procedência doméstica. E coube a outro monge, Sen Rikyu (1522/1591), dar a estrutura definitiva para a cerimônia do chá, no final do século XVI (período Momoyama, o mais faustoso da história japonesa). Ligado à filosofia zen, Rikyu prega o espírito wabi (desprendimento, simplicidade, eliminação do supérfluo) para a cerimônia de chá que, ao longo dos anos, também se tornará a essência da arte japonesa. Segundo Rikyu, os princípios básicos do Caminho do Chá são: Harmonia (Wa), Respeito (Kei), Pureza (Sei) e Tranquilidade (Jaku). Cabe ao “Chajin” (homem de chá) criar um ambiente, através do rígido ritual e total participação, onde esses princípios sejam sentidos e vividos intensamente por todos, por um momento único e irrepetível.

Os princípios

A Harmonia resulta da interação do anfitrião, do convidado, da comida servida, dos utensílios usados e da natureza. Antes do chá, será oferecido doce ou uma leve refeição ao convidado cujos pratos estarão de acordo com a estação do ano. O segundo princípio, o Respeito, refere-se à sinceridade do coração, aberto para um relacionamento com o ser humano e a natureza, reconhecendo a dignidade inata de cada um. A Pureza, segundo os ensinamentos de Rikyu, relaciona-se ao simples ato de limpar. Os preparativos, o próprio serviço do chá e a limpeza após a cerimônia estão colocando em ordem, também, o seu próprio íntimo. E, esta ordem é essencial. Finalmente, a Tranquilidade é o conceito estético próprio do chá, alcançado através da prática constante em nosso cotidiano desses três primeiros princípios básicos. Segundo Rikyu, o ponto essencial do Caminho do Chá é que seus princípios são dirigidos à totalidade da existência e não somente aos momentos vividos em uma sala de chá. E é uma disciplina a ser treinada durante toda uma vida. São necessários pelo menos 10 anos para o domínio de todas as nuanças relativas à cerimônia.

Texto baseado no livro “Vivência e Sabedoria do Chá”, de autoria de Soshitsu Sen XV, São Paulo, T.A. Queiroz Editor, 1981.

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