Karaokê

De Nikkeypedia

Diferença entre revisões)

Revisão de 16:33, 3 Janeiro 2008


Karaokê ou caraoquê (japonês: カラオケ, formado por 空 kara, "vazia", e オーケストラ ōkesutora, "orquestra") - estabelecimento comercial de entretenimento em que qualquer um pode cantar para o público, acompanhado por músicos ao vivo ou playbacks instrumentais.


Cidade de Kobe no Japão

O Karaokê é originário do Japão. Nasceu na cidade de Kobe. A palavra Karaokê é uma combinação de duas palavras abreviadas: "KARA", que vem de karappo e significa "vazio" e "OKE", que vem de okesutura e significa "orquestra".Entre as inovações tecnológicas atuais como o vídeo-laser, o CD, etc, surgiu também o aparelho Karaoke-Player que rapidamente invadiu os lares do Japão e tornou-se um dos entretenimentos mais populares e, agora, difundido em todo o mundo.

(foto: Cidade de Kobe no Japão, berço do Karaokê)


O Karaokê é originário do Japão. Nasceu na cidade de Kobe. A palavra Karaokê é uma combinação de duas palavras abreviadas: "KARA", que vem de karappo e significa "vazio" e "OKE", que vem de okesutura e significa "orquestra".Entre as inovações tecnológicas atuais como o vídeo-laser, o CD, etc, surgiu também o aparelho Karaoke-Player que rapidamente invadiu os lares do Japão e tornou-se um dos entretenimentos mais populares e, agora, difundido em todo o mundo.

(foto: Cidade de Kobe no Japão, berço do Karaokê)

A música japonesa surgiu no Brasil com a chegada dos primeiros imigrantes, os quais, com o natural gosto pelo canto. A grande variedade de músicas, provenientes das distintas regiões de origem dos imigrantes colaborava para minorar a saudade da pátria-mãe, envolvendo a todos das comunidades, bem como aos brasileiros convidados. Embora uma enorme distância, quase 18.000 quilômetros separe o Japão do Brasil, a música, especialmente o “Karaokê” tem o poder de eliminar a distância física, mas também a histórica e a cultural.


           A música era ouvida nas festividades da colônia nipo-brasileira, nos galpões dos líderes comunitários ou até mesmo informalmente, nas canções de ninar. Mas, havia uma grande dificuldade a ser superada: o som, a obtenção de um áudio, devido às limitações técnicas da época e ao custo, impraticável para os imigrantes. Mas o amor à música superou isto, improvisando-se o som com a marcação do ritmo com as palmas das mãos, único acompanhamento do cantor e, posteriormente, com instrumentos musicais improvisados. O gosto pelo canto fez o “Karaokê” disseminar-se rapidamente, com seus diversos gêneros a organizar-se.
           A primeira gravação de música japonesa no Brasil, embora amadora, veio a ocorrer somente em 1946, no pós- guerra com o surgimento de conjuntos amadores que, em 1946 gravaram pela primeira vez números originais e melodias populares japonesas.
           Mas o evento que marcou época foi o NODO-JIMAN (nodo significa garganta ou a voz que canta e jiman, orgulho portanto, nodo jiman pode ser traduzido como orgulho de cantar). Na prática, o NODO-JIMAN era uma variante do conhecido show de calouros, onde populares tentavam tornar-se astros durante o breve tempo de apresentação.
           Gradualmente, os cantores passaram a preferir o acompanhamento mecânico, de melhor qualidade às “orquestras humanas” de baixa qualidade. Além disso, a gravação era geralmente meio ou um tom abaixo do original, facilitando cantores menos preparados.
           A estrutura básica do  mundo do “karaokê” pouco mudou desde a fase do nodo-jiman, exceto que com o playback, o sistema, com o passar do tempo, evoluiu tecnicamente, popularizou-se e sofisticou-se.
           O “karaokê”, tal como conhecemos atualmente, surgiu nos anos 60 no Japão e nos EUA, com a aparelhagem eletrônica que começou a surgir, inicialmente as junke box e posteriormente, com a natural evolução tecnológica: a fita cassete, a fita de vídeo, depois o CD e atualmente o DVD, existindo inclusive aparelhos com músicas em áudio e microfone, o “karaokê” portátil.
           A moderna tecnologia de áudio começou a ser introduzida no Brasil por volta de 1975 e em poucos anos, o “karaokê” tornou-se uma febre nacional, muito além da comunidade japonesa, com músicas de todas as nações e gêneros. A disseminação ocorreu pela praticidade, reduzido custo e o natural gosto de cantar dos japoneses, democratizando o ato de cantar e colaborando decisivamente para a divulgação da cultura musical japonesa. Atualmente, existem programas de computadores e sites inteiramente dedicados ao “karaokê”.
           A grande popularização ocorrida nos anos 80, incentivou a realização dos primeiros concursos nas próprias comunidades e entre as mesmas, com uma crescente melhoria no padrão de qualidade dos eventos e dos cantores, surgindo associações específicas de “karaokê” (aikokais), crescendo o número de eventos realizados, com diferentes regras.
           Neste cenário, surgiu em 1991, a União Paulista de Karaokê (UPK), agente propulsora da cultura musical, para coordenar estas atividades no Estado de São Paulo, a qual conta atualmente com 250 entidades filiadas e o extraordinário número de 10.000 cantores integrados nas mesmas, dedicados à prática do “karaokê”. Os concursos anuais organizados pela UPK, há 13 anos ininterruptamente, são uma grande tradição não apenas no estado de São Paulo, tendo repercussão nacional e até mesmo internacional, face às suas qualidades técnicas e organizacionais que os tornaram um padrão de qualidade neste tipo de evento. 

A DISSEMINAÇÃO DO KARAOKÊ NO BRASIL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS


           Os atuais concursos de karaokê começaram a ser promovidos de modo incipiente por volta de 1984. Conta-se que naquela época alguns eventos eram realizados com apenas 20 candidatos, bem diferente dos dias atuais que chegam a reunir mais de 300 pessoas. Mas de lá para cá muitas coisas mudaram. Os taikais (como são chamados) foram ganhando proporções cada vez maiores. Só para se ter uma idéia, no Estado de São Paulo, segundo a União Paulista de Karaokê (UPK), o número de associações filiadas aumentou de 30 para 300 nesses últimos 10 anos, contabilizando-se cerca de 10 mil cantores cadastrados.
           Várias razões apontam para explicar esse verdadeiro boom. Entre elas, pode-se considerar a mudança de comportamento da própria comunidade nikkei, que passou a considerar esses eventos como uma forma familiar de lazer. Soma-se a isso a facilitação dos ensaios proporcionada pelo play back, ocasionando assim um barateamento e ao mesmo tempo uma popularização maior do karaokê. Mas, talvez um dos fatores preponderantes para o salto quantitativo e qualitativo do karaokê no Brasil foi a padronização das regras dos concursos.
           Nesse particular destacam-se o surgimento e o trabalho desenvolvido pelas grandes entidades organizadoras como a ABRAC e a UPK. No começo da trajetória dos taikais, cada associação definia suas próprias regras, o que dificultava os critérios de julgamento. Com a normatização definida após exaustivas reuniões conseguiu-se estabelecer parâmetros que passaram a servir de modelo para a maioria dos concursos.. No âmbito de São Paulo, por exemplo, as filiadas à UPK seguem o estatuto da entidade que define o número de candidatos participantes (de aproximadamente 300 por concurso), a taxa de inscrição (que deve ser no máximo de 12% do valor do salário mínimo vigente), premiação, etc.
           Constam também da normatização dois itens importantes. O primeiro é a promoção dos cantores de uma categoria para outra. Atualmente estão definidas categorias que vão desde Shinjin(cantores iniciantes), Tibiko, Infantil, Juvenil, B, A, Especial, Extra, Super Extra até Star. Em cada uma delas há várias subdivisões,  totalizando 34 categorias. Para subir da categoria “B” para a “A”, por exemplo, o cantor deve obter duas vezes a primeira colocação; da “A” para a “Especial” três vezes; da “Especial” para a “Extra” cinco vezes; da “Extra” para “Super Extra” dez vezes; e da “Super Extra” para “Star”, o candidato deve obter 20 vezes a primeira colocação. Em todos os casos sempre com músicas diferentes.
           O segundo item se refere aos jurados. Atendendo a aspectos éticos, estes não podem pertencer à associação promotora do evento, assim como um casal de jurados não pode atuar no mesmo concurso, ou ainda, um dos cônjuges pertencer à associação promotora. As pessoas que participam do taikai também estão impedidas de atuar no júri.



O MUNDO DO KARAOKÊ


           Com a disseminação do karaokê proporcionada pela regulamentação, criou-se também a  reboque, toda uma infra estrutura que serve de pilar para a realização dos eventos.
           Os concursos são divulgados pelas entidades organizadoras sendo que muitas delas se encarregam de produzir revistas de dezenas de páginas com a lista dos cantores e de anunciantes. A mídia nikkei, principalmente os jornais impressos são encarregados da divulgação dos concursos sendo que muitos deles, juntamente com os sites de Internet, mantém seções específicas sobre karaokê e suas estrelas.
           Em termos comerciais, os taikais movimentam diretamente várias empresas. Segundo dados da UPK, em um final de semana acontecem na Capiltal e Grande São Paulo cerca de 10 concursos com a presença de aproximadamente 3 mil pessoas. São distribuídos cerca de mil troféus aos vencedores, contratadas 10 empresas de sonorização, 10 empresas de contagem de pontos, 10 buffets, fora os bazaristas, que nesses eventos vendem desde fitas de vídeo, fitas de karaokê até os mais diversos produtos, como o shitake(cogumelo japonês). Em se tratando de troféus, só neste item, cada associação organizadora gasta cerca de R$ 2,5 mil por concurso. Existem ainda firmas especializadas em filmagem e fotos. Assim, cada candidato pode comprar a gravação de sua performance para deixá-la como recordação ou utilizá-la para seu próprio aperfeiçoamento. Até mesmo a parte relativa à confecção tem seu espaço garantido, uma vez que candidatos que participam de vários taikais contratam costureiras a fim de produzir trajes diferentes para cada apresentação.
           Um outro número expressivo de profissionais que trabalham em função do karaokê são os professores. No estado estima-se que sejam 150. Alguns com formação acadêmica, outros com formação musical e vários deles cantores que se destacaram nos concursos e passaram a dar aulas.
           O Karaokê tem sido também uma importante via de intercâmbio com o Japão. O campeão do concurso da Zenkoku Karaokê Shido Kyokai participa do Kesho(fase final) da entidade japonesa em Yokohama no mês de abril. A associação Brasil Taishu Ongaku Kyokai é outra que promove um concurso no mês de junho, concedendo ao campeão o direito de se apresentar no Nippon Taishu Ongaku Sai, realizado em agosto, e que tem entre seus jurados compositores famosos daquele país. Participam, além de brasileiros, concorrentes dos Estados Unidos, Coréia e China. O Brasil já teve como campeã desse concurso a cantora Sayuri Tsutiya.




OS CANTORES BRASILEIROS DE DESTAQUE NO JAPÃO


Ainda falando em bom desempenho de cantores brasileiros em terras japonesas, não se pode deixar de falar de Joe Hirata. Nascido na cidade de Maringá, estado do Paraná, começou a cantar com 8 anos de idade motivado pelos pais. No mundo do karaokê fez muito sucesso conquistando o tri-campeonato brasieliro e considerado uma grande referência para os iniciantes. Em 1988 seguiu ao Japão para lutar pelo seu grande sonho, ser cantor profissional. Devido ao alto custo de vida daquele país, trabalhou durante 6 anos como dekassegui. Sua consagração veio em 1994 quando participou do maior concurso amador realizado pela TV estatal NHK em Tóquio. Concorrendo com mais de 80.000 pessoas, foi o primeiro estrngeiro a vencer na hist´ria de 49 anos do concurso. Em 1999 gravou no Japão,”Sonho de um brasileiro”, música que trata sobre os dekassegui. Retornou ao Brasil no seguinte e atualmente segue a carreira de cantor sertanejo.


Caso mais recente de cantores que começaram a trilhar seus caminhos nos taikais da comunidade é o da dupla Marcus e Melissa. Ela foi campeã em 1992, aos 15 anos de idade, do concurso de karaokê do programa Japan Pop Show transmitido pela TV Gazeta. Atualmente, as elogiadas apresentações dos irmãos no quadro “Quem sabe canta, quem não sabe dança” no programa Raul Gil, veiculado pela TV Record, renderam um contrato para a gravação de um CD.

Há também vários casos de nikkeis que chegaram à carreira profissional, já na década de 80, tendo como partida o sucesso nos taikais nipo-brasileiros. Em 1985 Kendi Yanai, então com 19 anos, foi contratado pela gravadora Victor japonesa depois de vencer em abril de 1984 o concurso “Brasil Kayo Senshuken” do qual fizeram parte como jurados o compositor Ishikawa Shosuke e Hanayagui Itoyuki, responsável pela coreografia de vários programas da NHK (TV estatal) entre eles o “Kohaku Utagasen”.

Em 1986, o destaque foi Márcia Nishie, cantora de Mogi das Cruzes que conquistou o Grande Prêmio da Canção Japonesa no Brasil Gaikokujin Kayo Taisho e obteve o reconhecimento do maestro Inomata kosho que se tornou o seu principal mestre no Japão (não só lhe deu aulas sobre canto, mas também fez diversas composições). Márcia gravou diversos discos chegando a apresentar-se em 1991 no Kohaku Utagasen com a música “Furimukeba Yokohama”, ao lado do cantor Hashi Yukio, numa transmissão direta de São Paulo (naquele ano, esse tradicional evento musical de Ano Novo da NHK, além do show em Tokyo teve apresentações do exterior como Nova York, Alemanha e Coréia do Sul, além do Brasil). Participou de programas de variedades de diversas emissoras e chegou a participar de uma novela que abordava sobre o mundo do futebol e que teve algumas cenas

Gravadas no Brasil. Nofinal de 1995 casou-se com o ator Otsuro Guitan que era justamente o protagonista dessa novela.


Alina Fukuhara de Presidente Prudente, foi contratada pela gravadora Toshiba Emi aos 16 anos de idade depois de conquistar o Prêmio Revelação no concurso Gaikokujin Kayo Taisho realizado em março de 1987.


Como se vê, o karaokê pode ser considerado uma das portas e um dos primeiros passos para aqueles que aspiram sonhos mais altos no campo musical. Apesar de toda essa importância adquirida ao longo dos anos e da infra-estrutura que orbita ao seu redor, gerando empregos diretos e indiretos, não se fala em profissionalização no karaokê. Muitos afirmam que os eventos são, na verdade, uma grande confraternização, onde se pode rever amigos, bater um bom papo e descontrair-se. Constitui-se na concepção de muitos como um “Lazer Organizado”.





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