Períodos Paleolíticos Japoneses

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Paleolítico Japonês <10.500 a. C.

Nem sempre o Japão foi uma ilha isolada. Antes do final da quarta glaciação o nível do mar era bem mais baixo do que actualmente, e o Japão estava ligado ao continente asiático permitindo a migração de vários grupos.


Ferramenta de pedra lascada.Yaita City/ Nasushiobara City, Tochigi Prefecture
Ferramenta de pedra lascada.Yaita City/ Nasushiobara City, Tochigi Prefecture



Acreditava-se, antes da descoberta desse período, que as primeiras ocupações humanas no Japão haviam ocorrido no período Jomon. Porém, após a descoberta do primeiro sítio arqueológico deste período, logo após a segunda guerra mundial, mais de 5.000 sítios arqueológicos foram descobertos, alguns nos próprios sítios do período Jomon.

As primeiras ferramentas japonesas de pedra lascada datam de 35.000 a.C. e as de pedra polida datam de 30.000 a.C., as mais antigas do mundo. A tecnologia da pedra polida é normalmente associada ao neolítico, em torno de 10.000 a.C. no resto do mundo. Não se sabe por que essas ferramentas surgiram tão cedo no Japão.



Ferramentas de pedra polida. Museu Nacional de Tokio.
Ferramentas de pedra polida. Museu Nacional de Tokio.


Erro ao criar miniatura:
Machados de pedra lascada e polida do paleolítico japonês. Museu Nacional de Tokio



Cerca de 90% das descobertas referentes a este período foram realizadas pelo arqueólogo japonês Fujimura Shinichi, que afirmava ter descoberto provas de que humanos habitavam a ilha desde 700.000 a.C., mas descobriu-se que essas eram provas falsas implantadas por Fujimura, e colocou em dúvida a real existência desse período. Os 186 sítios, 33 escavados, e todas as outras descobertas de Fujimura perderam seu valor científico e histórico. Desde a descoberta da fraude, apenas alguns sítios conseguem datar a actividade humana no Japão para 50.000 a.C. a 40.000 a.C. Portanto, a data mais aceite para a primeira presença humana no arquipélago é de 35.000 a.C.


Periodo Jomon 10.500 a. C. - 300 a. C.

Os Jomon são a primeira civilização japonesa. Deixaram vestígios de sua ocupação através de peças de cerâmica, as mais antigas peças feitas pelo homem conhecidas até hoje. O próprio nome Jomon significa “marcado por cordas”, devido á decoração das peças. Através da cerâmica, também, assume-se que tenham seguido uma religião politeísta, baseada no culto de elementos da natureza e dos seus ancestrais. Não há registos escritos ou vestígios claros de sua língua, e não se sabe até que ponto os Jomon formaram uma civilização coesa cultural, social e politicamente, ou se consistia de agrupamentos humanos descentralizados.

Foto:Togarishi Jomon Archaeological Museum Jomon Inicial (5000 – 2500 a.C.)

Jomon Pré-Inicial (8000 – 5000 a.C.)

Shikoku e Kyushu, ao sul, ficam separadas do resto do Japão devido ao aumento do nível do mar, tornando-se ilhas. Esta subida da temperatura ambiente e do nível do mar aumentou a disponibilidade dos recursos alimentares.


Jomon Inicial (5000 – 2500 a.C.)


Cerâmica similar na Coreia e em Kyushu indica que haveria comércio entre as ilhas japonesas e a península coreana. Eram produzidas várias ferramentas de uso diário para além da cerâmica, como cestos de verga, agulhas de osso, e ferramentas de pedra.


Foto:Metropolitan Museum of Art - New York


Jomon Médio (2500 – 1500 a.C.)

A temperatura aumentou consideravelmente, levando a um movimento de populações para o interior montanhoso e mais fresco. As comunidades tornaram-se sedentárias durante longos períodos. Aparecem as estatuetas de mulheres e imagens fálicas em pedra e a prática de enterrar os mortos em sepulturas sugere o início de alguma religiosidade. Datam desta época as tentativas de cultivo de plantas.

Foto:Robert and Lisa Sainsbury Collection Jomon Tardio (1500 – 1000 d.C.)

Á medida que o clima começou a arrefecer, a população migrou das montanhas para áreas costeiras. Maior disponibilidade dos alimentos marítimos levou a várias inovações da tecnologia de pesca, como o arpão e técnicas de pesca em alto mar. Este processo aproximou comunidades. Sepulturas mais elaboradas e oferendas aos mortos mostram que as cerimónias fúnebres ganham maior importância.

Foto:Metropolitan Museum of Art - New York


Jomon Final (1000 – 300 a.C.)

Com o arrefecimento acentuado do clima, os recursos alimentares tornaram-se menos abundantes e a população teve um declínio. Os grupos eram menores e as diferenças regionais acentuaram-se. Uma vaga de povos da península coreana trouxe o cultivo de arroz e a tecnologia do bronze, marca a transição para o Período Yayoi.

Foto:Tokio National Museum


Periodo Yayoi (300 a. C. - 250 d. C.)

Ao começar a secar, o norte da China, outrora uma região temperada com florestas luxuriante e água em abundância, deu lugar a um dos mais vastos desertos do mundo: o Gobi, deslocando os habitantes para Este e Sul em direcção da Coreia. Estas populações empurraram os habitantes nativos para o Japão.


Esta nova vaga de imigrantes, os Yayoi, trouxe para o Japão a agricultura, nomeadamente o cultivo de arroz em socalcos, a metalurgia, do ferro e do bronze, e uma nova religião, que se desenvolveria no shintoismo (mas só receberia este nome bem mais tarde). Uma das teorias relativamente a este povo é que a vaga de imigração foi pequena e, apesar de trazerem novas tecnologias, os Yayoi forma assimilados pelos Jomon. Esta versão é maioritariamente aceite pelos Japoneses, pois significaria que a população japonesa actual é nativa do Japão e não descendente de povos do continente.

Foto:Cultivo de arroz em socalcos


A outra teoria é a de que os Yayoi deslocaram e apagaram a cultura Jomon, inclusive a linguagem, dominando permanentemente o País. Esta visão, claro está, não é popular no próprio Japão.

Independentemente de qual seja a verdadeira origem dos japoneses, é unanimemente aceite que a língua, estrutura social e religião do Japão descende directamente da civilização Yayoi.

Foto: Espadas de bronze Museu Gimet


Os Yayoi viviam em clãs de estrutura militar e patriarcal, denominados uji, liderados por uma única figura que seria o chefe militar e sacerdote. Cada clã tinha atribuído um deus, pelo qual o líder do clã era responsável. Estes deuses, chamados kami, eram representativos de forças da natureza e responsáveis pela criação do mundo. Quando um uji conquistava outro, absorvia o seu deus na sua própria cultura, o que criou um intrincado sistema hierárquico similar ao do próprio clã.

Foto:Adagas de pedra Zasshonokuma Site, Fukuoka City, Fukuoka Prefecture

Os Yayoi viviam primitivamente, sem escrita ou moeda, e os casamentos eram frequentemente poligâmicos, mas as mulheres ocupavam lugares de destaque no clã, inclusive o de líder, como demonstram os relatos chineses da altura sobre os japoneses.


As relações entre os uji eram complexas, e os conflitos territoriais foram, lentamente, dando origem a pequenos estados. O primeiro estado japonês propriamente dito teria origem na planície de Yamato.

Foto:Exemplo de habitação Yayoi



Periodo Yamato (Kofun/Asuka) 250 - 710

A península Yamato, no ponto mais a sudoeste da ilha de Honshu, é historicamente o local por onde passou a maior parte da influência do continente asiático para o Japão. Era também o local mais rico do País. Aí se estabeleceram os Uji, clãs Yayoi, mais poderosos e organizaram um sistema politico-administrativo baseado nos modelos de governação coreanos, no qual participavam no governo as famílias senhoriais que possuíam terras, e que recebiam do rei o título kabane. Este sistema ficou conhecido como Uji-kabane. No entanto este seria sempre um sistema marcado pelas disputas entre as famílias mais poderosas pelo poder.

Em 391 uma expedição japonesa invade a península coreana e estabelece importantes relações com os reinos locais. Koguryo no norte, Paekche no este e Silla no oeste. Paekche compreendeu a importância do Japão e formou uma aliança com o estado de Yamato. A corte coreana enviou para o Japão especialistas em várias artes, do metal á cerâmica, e cultura chinesa como a escrita, que tinham adoptado para registar os nomes japoneses. Em 513, Paekche enviou a Yamato um professor Confucionista seguido de um representante budista que levava uma imagem de Buda e algumas escrituras budistas.



Durante o reinado da Imperatriz Suiko, de 592 a 628, a aliança entre a corte Yamato e Paekche terminou e muitos coreanos foram para o Japão, ao mesmo tempo que a poderosa aristocracia militar disputava o reinado.

Tais disputas intensificaram-se no início do século VI, principalmente entre os clãs Mononobe e Soga. Tendo os Soga vencido, Shotuku, membro do clã e sobrinho da rainha Suiko, torna-se regente do reino em 593. Para lidar com os problemas internos o Príncipe Shotuku envia representantes á China para estudar política, sociedade e filosofia chinesa. Entre as reformas mais importantes estão o budismo, o calendário chinês, a escrita e a constituição chinesa.

Foto:Principe Shotoku com o irmão e o filho. Colecção da Casa Imperial

Mas a sua maior contribuição foi a implementação da Constituição Japonesa de 17 Artigos (Kenpo Jushichijo), baseada no modelo chinês. Este foi o primeiro documento escrito japonês e formava o primeiro modelo de governação do Japão. A Constituição é baseada em princípios confucionistas, embora tenha alguns elementos budistas, já que Shotoku era um budista devoto.

A regência de Shotoku termina em 621 e o reinado da Imperatriz Suiko em 628. Em 645 os Soga foram depostos e o Imperador Kotoku tomou o poder implementando os Éditos de Reforma Taiko, escrita por eruditos confucionistas e definia o sistema imperial e o governo japonês (sistema Ritsuryo). Estas novas directrizes implementavam o poder total do imperador (Tenno) como autoridade máxima em todo o território, deixando o Japão de ser composto por estados separados mas por províncias, debaixo do reinado do imperador.

Foto:Principe Shotoku



Kofun

Kofun eram grandes rituais funerários e sepulcros característicos que tinham grandes câmaras funerárias de pedra. Os Kofun tinham diversas formas, sendo as mais simples as redondas e as quadradas, sendo um estilo muito distinto o zempō kōen kofun, que era quadrado à frente e redondo atrás. Muitos kofun localizam-se em elevações naturais, que podem apenas ter sido trabalhadas para adquirirem a sua forma final.

O tamanho dos kofun varia desde alguns metros até cerca de 400 metros de comprimento, pensa-se que os maiores serão os túmulos dos imperadores, como Ojin e Nintoku. Os kofun também são classificados consoante o tipo de entrada na câmara funerária, tate-ana (se esta é vertical) ou yoko-ana (horizontal).

Foto:Kofun-no-Oka Kososhi Park Matsue City

Nesta altura, desenvolveu-se uma sociedade altamente aristocrática com governantes militares. A cavalaria usava armadura e transportava espadas e outras armas, à semelhante do que se passava no nordeste asiático também tinham métodos militares avançados. Estes avanços confirmam-se com a observação das figuras funerárias (haniwa, que literalmente significa anéis de barro), encontradas em milhares de kofun por tudo o Japão. Os haniwa mais importantes foram encontrados no Sul de Honshu (especialmente na região de Kinai próximo de Nara) e também no Norte de Kyushu. As ofertas fúnebres haniwa, podiam ser de várias formas, cavalos, galinhas, pássaros, peixes, casas, armas, escudos, guarda-sóis, almofadas e formas humanas, masculinas e femininas. Outra peça fúnebre, o magatama, tornou-se um dos símbolos do poder da casa imperial.

Foto:Guerreiro em haniwa Hamilton Library


Muitos dos vestígios materiais do período Kofun mal se conseguem distinguir dos contemporâneos da península coreana, demonstrando que nesta época o Japão mantinha relações políticas e económicas próximas com a Ásia Continental, através da Coreia. De facto, encontraram-se espelhos de bronze feitos do mesmo molde de ambos os lados dos estreitos.

Esta sociedade teve o seu maior desenvolvimento na região de Kinai e na parte Este do mar interior de Seto (mar que separa Honshu, Shikoku, e Kyushu). Os governantes japoneses desta época chegaram a enviar pedidos formais à corte chinesa para que confirmassem os seus títulos reais.

Considera-se que o período Kofun acabou em 538, quando o uso dos elaborados kofun pelos Yamato e outras elites se perdeu, devido às novas crenças budistas, que punham maior ênfase no carácter efémero da vida humana. O uso de kofun manteve-se contudo até ao final do século VII, por pessoas comuns e elites de regiões distantes, e túmulos simples mas selectos continuaram a ser usados durante o período seguinte.

Foto:Armadura em ferro Museu Nacional de Tóquio Asuka

O período Asuka é o nome por que é conhecido o período da história do Japão compreendido entre 538 e 710 d.C.

O nome deste período provém da região Asuka, a sul da actual Nara, onde se situaram temporariamente, durante este período, numerosas capitais do império. O período Asuka é conhecido pelas relevantes transformações artísticas, sociais e políticas ocorridas, cujas origens remontam ao anterior Período Kofun.

No campo artístico, a expressão estilo Tori é largas vezes usada para fazer referência ao período Asuka. Isto deve-se ao facto de o escultor japonês Kuratsukuri Tori, neto de um imigrante chinês, ter trazido o para o Japão o estilo da dinastia Wei do Norte.



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