Religião

De Nikkeypedia

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 No Japão, a Constituição garante liberdade de religião para todos, sendo que seu artigo 20 declara que "nenhuma organização religiosa receberá quaisquer privilégios do Estado, nem exercerá qualquer autoridade política. Nenhuma pessoa será forçada a participar de qualquer autoridade política. Nenhuma pessoa será forçada a participar de qualquer ato religioso, celebração, rito ou prática. O Estado e seus orgãos abster-se-ão da educação religiosa e de qualquer outra atividade religiosa".

A religião predominante no Japão hoje em dia é o budismo, que no final de 1985 tinha 92 milhões de seguidores. O cristianismo também está ativo; havia cerca de 1,7 milhão de cristãos no Japão em 1985. Entre as outras religiões, os mulçumanos contam comcerca de 155 mil seguidores, inclusive não-japoneses residindo temporariamente no país.

A religião nativa do Japão é o xintoísmo, que tem suas raízes nas crenças animistas dos japoneses ancestrais. O xintoísmo transformou-se numa religião da comunidade, com santuários locais para as famílias e deuses guardiães locais. Durante muitas gerações, o povo deificou os horóis e líderes de projeção de sua comunidade e cultuou as almas dos ancestrais de sua família.

Em um dado momento, o mito da origem divina da Família Imperial tornou-se um dos dogmas básicas do xintoísmo, e no início do século XIX um movimento xintoísta patriótico ganhou terreno. Após a Restauração Meiji em 1868, e em especial durante a Segunda Guerra Mundial, o xintoísmo foi promovido pelas autoridades como religião estatal. Entretanto, pela Constituição do pós-guerra, o xintoísmo não receve mais menhum estímulo ou privilégio oficial, embora ele ainda desempenhe um importante papel cerimonial em muitos aspectos d vida japonesa.

O xintoísmo existe lado a lado com o budismo, e às vezes o sobrepuja na mento do povo. Hoje em dia, muitos japoneses realizam ritos xintoístas quando casam, e passam por ritos fúnebres budistas quando morrem.

O budismo foi introduzido no Japão através da Índia e da Coréia, por volta da metade do século VI (oficialmente em 538 d.C). Após obter o amparo imperial, o budismo foi propagado pelas autoridades através do país. No início do século IX, o budismo japonês entrou em uma nova era, atraindo, principalmente, a atenção da obreza da corte. No período Kamakura (1192-1338), uma era de muita agitação política e confusão social, surgiram muitas seitas novas do budismo, que ofereciam a esperança de salvação tanto para os guerreiros como para os camponeses. O budismo floresceu não apenas como religião, mas também fez muito para enriquecer as artes e o saber do país.

Durante o período Edo (1603-1868), quando o férreo governo do xogunato gerou uma relativa paz e prosperidade e uma crescente secularização, o budismo perdeu grande parte de sua vitalidade espiritual, junto com o declínio do poder político e social dos mosteiros e templos budistas e da influência geral cultural da religião.

Pertencendo ao budismo Mahayana (o grande veículo) da Ásia oriental, o budismo japonês prega, em geral, a salvação no paraíso para todos, mais do que a perfeição individual, e existe uma forma bem diferente daquela encontrada em grande parte do Sudeste asiático. Todas as mais de cem seitas budistas do Japão de hoje pertencem ou têm suas origens nos principais ramos do budismo, que foram levados ou se desenvolveram no país na antigüidade: Jodo, Jodo Shin, Nichiren, shingon, Tendai e Zen.

Logo depois da Segunda Guerra Mundial, vários movimentos religiosos novos ganharam força, alguns deles baseados no xintoísmos, outros relacionados com certas seitas do budismo, e outros com uma orientação religiosa mista. Muitos desses movimentos realizam várias atividades sociais e culturais dentro de suas muito unidas comunidades religiosas; alguns também vieram a se engajar em atividades políticas de peso.

O cristianismo foi levado ao Japão pelo missionário jesuíta são Francisco Xavier, em 1549. Ele espalhou-se rapidamente na segunda metade desse século, uma era de guerras e comoção internas, e foi bem-recebido por aqueles que necessitavam de um novo símbolo espiritual, assim como também por aqueles que esperavam obter benefícios comerciais ou nova tecnologia ocidental, em especial as armas de fogo. Entretanto, após a unificação do país por volta do final do século XVI, as autoridades reprimiram todo o potencial de novas mudanças e proibiram o cristianismo, como religião subversiva à ordem estabelecida. O cristianismo continuou banido até a metade do século XIX, quando o Japão reabriu suas portas para o mundo. Entre os cristãos japoneses de hoje, os protestantes (981 mil seguidores) superam em número os católicos (457 mil). Os protestantes comemoraram o centenário da chegada de sua religião ao Japão em 1959.

Os japoneses encaram o confucionismo mais como um código de preceitos morais do que como uma religião. Introduzindo no Japão no começo do século VI, o confucionismo exerceu um grande impacto no pensamento e comportamento do japoneses, mas sua influência diminuiu após a Segunda Guerra Mundial.

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