Dekassegui

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-Decassegui - designação que os nikkeis brasileiros procuravam não usar alegando que carregava a imagem sombria do tempo em que os imigrantes eram assim chamados, mas que incorporou à nossa linguagem jornalísticasem o matiz conotado pelos nikkeis -, na forma que se estende como tal, se iniciou no ano de 1985. Obviamente, não quer dizer que antes não tenham alguns nikkeis brasileiros partido para o Japão com o intuito de lá trabalhar. Atraídos pelo diferencial salarial resultante do desenvolvimento econômico japonês, os nikkeis brasileiros coimeçaram a voiajar para aquele país à procura de trabalho. No início foram os nikkeis com nacionalidade japonesa em virtude das leis vigentes que regulamentavam a entrada, permanência e trabalho de estrangeiros. Entre esses nikkeis com nacionalidade japonesa se incluiam os nisseis detentores de dupla nacionalidade, isto é, aqueles brasileiros descendentes de japoneses cujos nascimentos os pais haviam registrado no consulado.+Decassegui - designação que os nikkeis brasileiros procuravam não usar alegando que carregava a imagem sombria do tempo em que os imigrantes eram assim chamados, mas que incorporou à nossa linguagem jornalística sem o matiz conotado pelos nikkeis -, na forma que se estende como tal, se iniciou no ano de 1985.
-Em 1985 começaram a surgir nos jornais em língua japonesa editados em São Paulo anúncios de procura de mão-de-obra. Agências de viagens dirigidos por nikkeis foram ativos na arregimentação da mesma. O processo de ida desses trabalhadores foi num crescendo a partir do ano seguinte para atingir o seu pico em 1991, como se pode notar na evolução das cifras em 1985 - 13,8 mil; 1986 - 13,4 mil; 1987 - 12,2 mil; 1988 - 16,7 mil; 1989 - 29,2 mil; 1990 - 67,3 mil; 1991 - 96,3 mil e em 1992 - 81,4 mil. Em 1 de junho de 1990, passou a vigorar naquele país a nova lei que regula a entrada, permanência e trabalho de estrangeiros. Além de coibir a permanência de estrangeiros em situação irregular, o novo procedimento passou a penalizar os empregadores dos trabalhadores estrangeiros em situação irregular. Os nikkeis brasileiros foram beneficiados por procedimento administrativo dentro das novas regras, pois que as autoridades imigratórias e do trabalho daquele país passaram a conceder facilidades aos descendentes nipônicos. Inclusive aquela de transformar o visto de entrada de turista em visto temporário para permitir trabalhar conquanto que fosse provada a ascendência japonesa do interessado.+ 
-O atrativo para essas pessoas trabalharem no Japão é principalmente de natureza econômica, isto é, a possibilidade de fazer poupança. Ajudados inclusive pela alta do iene, têm a possibilidade de economizar ao redor de mil dólares por mês, basicamente às custas de trabalho pesado e penoso de 8 horas com acréscimo de 2 horas extras diárias, 6 dias por semana. Esta situação se modificou com o declínio da conjuntura econômica japonesa em 1991. A "bolha", como dizem os japoneses, estourou e a economia japonesa passou à fase de retração. A oferta de emprego diminuiu e foram eliminados os trabalhos em horas extras. Verificaram-se regressos para o Brasil, mas não poucos partes de novo para trabalhar no Japão. Estima-se que estejam no Japão, presentemente, 150 a 170 mil nikkeis brasileiros. As estatísticas japonesas só dão conta das entradas e permanência de estrangeiros, isto é brasileiros, não se referindo àqueles de nacionalidade japonesa oriundos doBrasil que incluem, como já se fez referência, as pessoas de dupla nacionalidade. Quantos desses nikkeis brasileiros permanecerão definitivamente naquele país é uma incógnita, mas o que se pode dizer com maior propriedade é que as suas permanências se tornarão mais prolongadas uma vez que nos últimos anos de boa conjuntura havia aumentado o número de deslocamento de famílias ao invés de viagem individual como acontecera na fase inicial do processo.+Obviamente, não quer dizer que antes não tenham alguns nikkeis brasileiros partido para o Japão com o intuito de lá trabalhar. Atraídos pelo diferencial salarial resultante do desenvolvimento econômico japonês, os nikkeis brasileiros coimeçaram a voiajar para aquele país à procura de trabalho. No início foram os nikkeis com nacionalidade japonesa em virtude das leis vigentes que regulamentavam a entrada, permanência e trabalho de estrangeiros. Entre esses nikkeis com nacionalidade japonesa se incluiam os nisseis detentores de dupla nacionalidade, isto é, aqueles brasileiros descendentes de japoneses cujos nascimentos os pais haviam registrado no consulado.
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 +Em 1985 começaram a surgir nos jornais em língua japonesa editados em São Paulo anúncios de procura de mão-de-obra. Agências de viagens dirigidos por nikkeis foram ativos na arregimentação da mesma. O processo de ida desses trabalhadores foi num crescendo a partir do ano seguinte para atingir o seu pico em 1991, como se pode notar na evolução das cifras em 1985 - 13,8 mil; 1986 - 13,4 mil; 1987 - 12,2 mil; 1988 - 16,7 mil; 1989 - 29,2 mil; 1990 - 67,3 mil; 1991 - 96,3 mil e em 1992 - 81,4 mil.
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 +Em 1 de junho de 1990, passou a vigorar naquele país a nova lei que regula a entrada, permanência e trabalho de estrangeiros. Além de coibir a permanência de estrangeiros em situação irregular, o novo procedimento passou a penalizar os empregadores dos trabalhadores estrangeiros em situação irregular. Os nikkeis brasileiros foram beneficiados por procedimento administrativo dentro das novas regras, pois que as autoridades imigratórias e do trabalho daquele país passaram a conceder facilidades aos descendentes nipônicos. Inclusive aquela de transformar o visto de entrada de turista em visto temporário para permitir trabalhar conquanto que fosse provada a ascendência japonesa do interessado.
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 +O atrativo para essas pessoas trabalharem no Japão é principalmente de natureza econômica, isto é, a possibilidade de fazer poupança. Ajudados inclusive pela alta do iene, têm a possibilidade de economizar ao redor de mil dólares por mês, basicamente às custas de trabalho pesado e penoso de 8 horas com acréscimo de 2 horas extras diárias, 6 dias por semana.
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 +Esta situação se modificou com o declínio da conjuntura econômica japonesa em 1991. A "bolha", como dizem os japoneses, estourou e a economia japonesa passou à fase de retração. A oferta de emprego diminuiu e foram eliminados os trabalhos em horas extras. Verificaram-se regressos para o Brasil, mas não poucos partiram de novo para trabalhar no Japão. Estima-se que estejam no Japão, presentemente, 150 a 170 mil nikkeis brasileiros.
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 +As estatísticas japonesas só dão conta das entradas e permanência de estrangeiros, isto é brasileiros, não se referindo àqueles de nacionalidade japonesa oriundos doBrasil que incluem, como já se fez referência, as pessoas de dupla nacionalidade.
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 +Quantos desses nikkeis brasileiros permanecerão definitivamente naquele país é uma incógnita, mas o que se pode dizer com maior propriedade é que as suas permanências se tornarão mais prolongadas uma vez que nos últimos anos de boa conjuntura havia aumentado o número de deslocamento de famílias ao invés de viagem individual como acontecera na fase inicial do processo.
Katsunori Wakisaka Katsunori Wakisaka
-(Katsunori Wakisaka - diretor do Centro de EStudos Nipo-Brasileiros+(Katsunori Wakisaka - diretor do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros
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 +[[categoria:Descendentes]]
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 +[[categoria:Cultura japonesa]]

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Decassegui - designação que os nikkeis brasileiros procuravam não usar alegando que carregava a imagem sombria do tempo em que os imigrantes eram assim chamados, mas que incorporou à nossa linguagem jornalística sem o matiz conotado pelos nikkeis -, na forma que se estende como tal, se iniciou no ano de 1985.

Obviamente, não quer dizer que antes não tenham alguns nikkeis brasileiros partido para o Japão com o intuito de lá trabalhar. Atraídos pelo diferencial salarial resultante do desenvolvimento econômico japonês, os nikkeis brasileiros coimeçaram a voiajar para aquele país à procura de trabalho. No início foram os nikkeis com nacionalidade japonesa em virtude das leis vigentes que regulamentavam a entrada, permanência e trabalho de estrangeiros. Entre esses nikkeis com nacionalidade japonesa se incluiam os nisseis detentores de dupla nacionalidade, isto é, aqueles brasileiros descendentes de japoneses cujos nascimentos os pais haviam registrado no consulado.

Em 1985 começaram a surgir nos jornais em língua japonesa editados em São Paulo anúncios de procura de mão-de-obra. Agências de viagens dirigidos por nikkeis foram ativos na arregimentação da mesma. O processo de ida desses trabalhadores foi num crescendo a partir do ano seguinte para atingir o seu pico em 1991, como se pode notar na evolução das cifras em 1985 - 13,8 mil; 1986 - 13,4 mil; 1987 - 12,2 mil; 1988 - 16,7 mil; 1989 - 29,2 mil; 1990 - 67,3 mil; 1991 - 96,3 mil e em 1992 - 81,4 mil.

Em 1 de junho de 1990, passou a vigorar naquele país a nova lei que regula a entrada, permanência e trabalho de estrangeiros. Além de coibir a permanência de estrangeiros em situação irregular, o novo procedimento passou a penalizar os empregadores dos trabalhadores estrangeiros em situação irregular. Os nikkeis brasileiros foram beneficiados por procedimento administrativo dentro das novas regras, pois que as autoridades imigratórias e do trabalho daquele país passaram a conceder facilidades aos descendentes nipônicos. Inclusive aquela de transformar o visto de entrada de turista em visto temporário para permitir trabalhar conquanto que fosse provada a ascendência japonesa do interessado.

O atrativo para essas pessoas trabalharem no Japão é principalmente de natureza econômica, isto é, a possibilidade de fazer poupança. Ajudados inclusive pela alta do iene, têm a possibilidade de economizar ao redor de mil dólares por mês, basicamente às custas de trabalho pesado e penoso de 8 horas com acréscimo de 2 horas extras diárias, 6 dias por semana.

Esta situação se modificou com o declínio da conjuntura econômica japonesa em 1991. A "bolha", como dizem os japoneses, estourou e a economia japonesa passou à fase de retração. A oferta de emprego diminuiu e foram eliminados os trabalhos em horas extras. Verificaram-se regressos para o Brasil, mas não poucos partiram de novo para trabalhar no Japão. Estima-se que estejam no Japão, presentemente, 150 a 170 mil nikkeis brasileiros.

As estatísticas japonesas só dão conta das entradas e permanência de estrangeiros, isto é brasileiros, não se referindo àqueles de nacionalidade japonesa oriundos doBrasil que incluem, como já se fez referência, as pessoas de dupla nacionalidade.

Quantos desses nikkeis brasileiros permanecerão definitivamente naquele país é uma incógnita, mas o que se pode dizer com maior propriedade é que as suas permanências se tornarão mais prolongadas uma vez que nos últimos anos de boa conjuntura havia aumentado o número de deslocamento de famílias ao invés de viagem individual como acontecera na fase inicial do processo.

Katsunori Wakisaka

(Katsunori Wakisaka - diretor do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros

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