Ikebana

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No Brasil, as correntes clássica e moderna convivem harmonicamente, e, pouco a pouco, o Ikebana deixa os limites da comunidade nipo-brasileira. Contando com muitas jovens professoras, não saber a língua japonesa deixou de ser empecilho para quem deseja aprender Ikebana. No Brasil, as correntes clássica e moderna convivem harmonicamente, e, pouco a pouco, o Ikebana deixa os limites da comunidade nipo-brasileira. Contando com muitas jovens professoras, não saber a língua japonesa deixou de ser empecilho para quem deseja aprender Ikebana.
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 +== Ikebana, A arquitetura das flores ==
Coube a Sen Rikyu (1522-1591), monge zen-budista, conselheiro predileto do xogun Hideyoshi Toyotomi, criar um novo conceito de estética: o gosto pelo simples, despojado e essencial. Ao mesmo tempo que lança as bases definitivas do Sadô (Caminho do Chá), ele também dá o refinamento ao arranjo de flores, o Ikebana. Coube a Sen Rikyu (1522-1591), monge zen-budista, conselheiro predileto do xogun Hideyoshi Toyotomi, criar um novo conceito de estética: o gosto pelo simples, despojado e essencial. Ao mesmo tempo que lança as bases definitivas do Sadô (Caminho do Chá), ele também dá o refinamento ao arranjo de flores, o Ikebana.

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O Ikebana (arranjo floral) pode ser considerado como a arquitetura das flores. Uma arquitetura harmoniosa , com ritmo, equilíbrio e balanço, enquadrada no ambiente em que está exposto. Desenvolvido na mesma época que a cerimônia do chá (período Muromachi - 1338/1578), o Ikebana (também denominado Kadô ou Sôka) teve suas origens na oferenda de flores aos deuses, dando ênfase no uso de materiais e formas em seu estado natural. Foi no início do século XVI que esse arranjo de flores investiu-se de princípios e facetas próprias, transformando-se numa nova arte. Após a Segunda Guerra Mundial, o Ikebana - embora mantendo seus princípios básicos - não tem se limitado à tradição, recorrendo-se a quaisquer materiais que o artista julgar capazes de expressar a beleza. Essa modernização valoriza a arte, difundindo-a internacionalmente. No Brasil, as correntes clássica e moderna convivem harmonicamente, e, pouco a pouco, o Ikebana deixa os limites da comunidade nipo-brasileira. Contando com muitas jovens professoras, não saber a língua japonesa deixou de ser empecilho para quem deseja aprender Ikebana.



Ikebana, A arquitetura das flores

Coube a Sen Rikyu (1522-1591), monge zen-budista, conselheiro predileto do xogun Hideyoshi Toyotomi, criar um novo conceito de estética: o gosto pelo simples, despojado e essencial. Ao mesmo tempo que lança as bases definitivas do Sadô (Caminho do Chá), ele também dá o refinamento ao arranjo de flores, o Ikebana. O Ikebana nasceu do ritual de oferecer flores denomidado tatehana. Na antiguidade, acreditava-se que para invocar os deuses era necessário determinar um local para recebê-los. Daí o ritual de colocar um flor ou árvore disposta, preferencialmente, de forma perpendicular à sua base. No entanto, muitos estudiosos sustentam que a origem estaria ligada ao kuge, o ato de colocar flores no altar de Buda. Somente no século XIV é que o kuge passou a ser chamado de tatehana, e, de cunho apenas religioso, passa também a ter o cunho estético. Começa a aparecer a expressão "fixar a flor", dando início ao estabelecimento de limites na concepção livre de se colocar a flor. É a partir daí que se desenvolvem as técnicas para os arranjos florais. O ESTILO RIKKA originou-se do tatehana (colocar flor em pé), arranjo floral destinado aos altares dos deuses e de Buda. O tatehana era simétrico, elaborado com espírito de devoção e sempre tendo em vista os deuses e antepassados. Gradativamente foi penetrando na vida dos nobres, e assim, sua forma foi passando por adaptações. No período Muromachi (1338/1573), eram promovidas reuniões para prática do rikka que, acredita-se, deram origem às exposições de ikebana. O Rikka, de acordo com a tradição de ikebana, é fincado em posição vertical; os galhos saem do vaso como suporte para recriar o conjunto da paisagem. No início, tinha forma livre e se utilizava de elementos em sua condição natural. Depois passaram a determinar formas rigidamente estabelecidas e complexas. Modernamente redescobriu-se as possibilidades criativas desse estilo. O Rikka é o fundamento do ikebana, e foi o primeiro estilo a ser consolidado como tal. Dele se originou o Shoka e a partir de seus três elementos (shin, soe, tai), foram criadas as bases do Nagueire e do Moribana. A partir do século XVII, foram dados nomes específicos para cada estilo de arranjo: moribana, nagueire, shoka, jiyuka (estilo livre), guendai-baná (arranjo moderno), zen-eibaná (arranjo de vanguarda), entre outros. No estilo MORIBANA (literalmente, flores empilhadas), arranjam-se as flores e galhos como se os estivesse empilhando. Baseado na estética natural das plantas, este estilo busca expressar a natureza de modo realista, descritivo. Tanto neste estilo como no Shoka, as formas básicas são determinadas por galhos com funções pré-estabelecidas. São três: Shin, Soe e Tai, que formam um triângulo. Shin é o galho principal e determina a forma geral do arranjo. Soe tem a função de apoiar o Shin. O Tai, numa função de complemento, estabelece a harmonia e equilibrio entre Shin e Soe. O SHOKA, com suas formas básicas e determinadas, é a estilização das plantas, da maneira como estas se apresentam na natureza, valorizando o vigor e a versatilidade das plantas. Com os galhos Shin (representativo de homem), Soe (céu) e Tai (terra), o arranjo quase sempre estabelece uma forma de meia-lua. No NAGUEIRE, a forma básica é caracterizada pela inclinação com galhos e flores arranjados em vasos fundos, jarras ou potes alongados. Enquanto no Moribana, os galhos possuem funções pré-estabelecidas, no Nagueire, seu papel é o de proporcionar harmonia entre as plantas e o vaso.

Texto baseado no livro "Ikebana, Arte e Criação no Estilo Ikenobo", de Kimiko Abe e Tokuko Kawamura, São Paulo, editado pela Aliança Cultural Brasil-Japão, 1993.

Predefinição:Ligações externas

  • [1]- Nikkeyweb
  • [2]- Wikipedia


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