Mariko Totsuka
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Mariko Totsuka - Totsuka Mari | Mariko Totsuka - Totsuka Mari | ||
- | Professora de Dança Flamenca de origem espanhola, predominantemente para japonesas, por ter dificuldade em falar portugues. | + | Neste ano completa 60 anos como professora de dança que começou aos 17 anos, e hoje ensina dança flamenca, predominantemente para japonesas, pela dificuldade em falar portugues. |
Nascida em Pequim em 21/08/1931 como filha de Shizuko e Hideo Yagui, um médico muito respeitado, que construiu um grande Hospital. | Nascida em Pequim em 21/08/1931 como filha de Shizuko e Hideo Yagui, um médico muito respeitado, que construiu um grande Hospital. | ||
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O doutor Hideo tinha um filho Michio, a esposa faleceu e aí casou com a Shizuko, com quem teve 3 filhos: Mariko, Fujiko e Hideo. | O doutor Hideo tinha um filho Michio, a esposa faleceu e aí casou com a Shizuko, com quem teve 3 filhos: Mariko, Fujiko e Hideo. | ||
- | No final da guerra o irmão Hideo foi preso pelos soldados russos, tendo sido mandado para Sibéria e só voltou ao Japão em 1948, teve muitas sequelas e faleceu em 1980 com cancer. | + | No final da guerra o irmão Michio foi preso pelos soldados russos, mandado para Sibéria e só voltou ao Japão em 1948, teve muitas sequelas e faleceu na década de 80 com cancer. |
- | Com o término da II Guerra, em 1946 ao perceber que o Comunismo iria prevalecer, o Dr. Hideo pegou o que podia e voltou para o Japão, trazendo dinheiro escondido até no meio dos brinquedos dos filhos. | + | Com o término da II Guerra, com o avanço do Comunismo foi desapropriado e tendo ficado por mais ou menos 6 meses antes de voltar para o Japão, gastou para comer e voltou para o Japão quase sem dinheiro. |
- | No Japão a Mariko que desde pequena gostava de ballet, foi aceita num dos poucos grupos de dança clássica da época. Além de se apresentar nos espetáculos por todo o Japão, também ensinava ballet clássico. | + | A Mariko, em Pequim aprendeu "nihon buyo" desde os 7 anos de idade, com um professor japones que acabou sendo convocado para guerra. Voltando ao Japão, ao assistir uma apresentação de ballet, adorou e conseguiu ser aceita como aprendiz no Komachi Ballet Company, com 15 anos e com 17 anos foi permitido que ela iniciasse a ensinar, pois foi considerada profissional. |
- | Numa das viagens da companhia em Hokaido conheceu Nobutoshi Yupo, um artista escultor em madeira, de quem se apaixonou e a cada ano da excursão da Companhia para Hokaido, namoravam e finalmente, já com 34 anos ela casou-se com ele. | + | Na companhia começou a dançar em grupo e galgando passo a passo chegou a solista aos 25 anos. |
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+ | Depois disso, o joelho inchou, teve água no joelho, e não foi mais possível calçar sapato de ballet, assim acabou migrando para dança Flamenca, que estudou e ensinou durante 3 anos. | ||
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+ | Aos 28 anos formou um grupo de apresentação de dança Flamenca e que fez muitas turnées por todo o Japão. | ||
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+ | Numa das viagens da companhia em Hokaido conheceu Nobutoshi Totsuka, com o nome artístico Yupo, escultor em madeira, de quem se apaixonou e a cada ano da excursão da Companhia para Hokaido, namoravam e finalmente, já com 34 anos ela casou-se com ele. | ||
Tiveram dois filhos, Yupo e Rimuse e quando o filho Yupo estava completando o 1º ano da escola primária com 7 anos e a filha com 4 anos resolveram mudar para o Brasil, chegando aqui no Shin Nippon Maru, último navio de imigrantes que chegou em Santos em março de 1973, a partir daí a imigração foi feita via aérea. | Tiveram dois filhos, Yupo e Rimuse e quando o filho Yupo estava completando o 1º ano da escola primária com 7 anos e a filha com 4 anos resolveram mudar para o Brasil, chegando aqui no Shin Nippon Maru, último navio de imigrantes que chegou em Santos em março de 1973, a partir daí a imigração foi feita via aérea. | ||
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No navio vieram muitos okinawanos, que não se misturavam com os japoneses. O único que tinha livre trânsito nos dois grupos era o sr. Yupo, que por ser de origem [[ainu]] era aceito pelos okinawanos e pelos japoneses. | No navio vieram muitos okinawanos, que não se misturavam com os japoneses. O único que tinha livre trânsito nos dois grupos era o sr. Yupo, que por ser de origem [[ainu]] era aceito pelos okinawanos e pelos japoneses. | ||
- | Os pais e os irmãos da sra. Mariko, estiveram no Brasil durante 10 anos, mas como o pai não conseguiu legalizar o diploma de médico, executava operações em nome de terceiros, fato que fazia com que ganhasse muito pouco, resolveram deixar o Brasil, no início da década de 70. O pai tinha sonhado em vir ao Brasil antes de ir para Pequim, e apesar da experiência não muito interessante aqui, gostou de ter vvivido aqui, aconselhou a filha e o genro para virem para o Brasil. | + | Os pais e os irmãos da sra. Mariko, estiveram no Brasil durante 10 anos, mas como o pai não conseguiu legalizar o diploma de médico, executava operações em nome de terceiros, fato que fazia com que ganhasse muito pouco, resolveram deixar o Brasil, no início da década de 70. O pai, que era de Toyama, foi sempre apaixonado pela América Latina e tinha o sonho de para cá vir antes de ir para Pequim, e apesar da experiência financeiramente não muito interessante aqui, gostou muito de ter vivido aqui, tnato que aconselhou a filha e o genro para virem para o Brasil. |
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+ | Uma vez aqui, foi muito difícil a obtenção de renda, ela conseguiu autorização para vender artesanatos na Praça da República, além de ensinar dança. O marido começou a participar da Comissão de Arte Koguei da [[Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assitencia Social - Bunkyo]], ganhou muitos premios e assim teve oportunidade para fazer uma exposição no Japão. Nesta ocasião o sr. Taro Okamoto, um artista famoso no Japão, recomendou ao marido para ir para os EEUU, onde seus produtos teriam mais mercado e reconhecimento. | ||
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+ | Voltando ao Brasil tentou obter o visto para ir trabalhar nos USA e quando conseguiu, feliz, saiu de moto, teve um grande acidente que o deixou com a cabeça fora ar, só veio a melhorar 3 anos depois, mas como a vista não ficou boa resolveu ir se tratar no Japão. | ||
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+ | Ficou mais de 2 anos, apesar da insistencia da dna. Mariko para voltar, perdendo assim, o visto permanente. No Japão, após comemorar o Ano Novo, na volta para casa adormeceu na neve e faleceu. | ||
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+ | Conseguiu educar o filho que se formou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e está por aqui. A filha que foi visitar o Japão ao terminar o colegial, achou um emprego no Clube do Brasil, uma ONG e lá ficou. Hoje trabalha em uma instituição bancária e vem a cada dois anos para não perder o visto de permanência brasileira. | ||
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+ | Uma das razões que fizeram a Mari sensei a vir para o Brasil foi o quadradismo e o excesso de rigor e com a preocupação dos outros para com cada um do Japão. Quando foi colocar a filha num jardim de infãncia, pediu emprestado o uniforme de uma das mães amiga, comprou os mesmos tecidos e ela mesma costurou. A Diretora não aceitou por falta de etiqueta do fabricante. | ||
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+ | [[Image:Mari_4.JPG|thumb|left|250px|Grupo de Shibai]] | ||
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+ | Já aqui no Brasil, ensinando Dança Flamenca começou a ensinar e encenar "Shibai", teve aluna japonesa que criticou muito, não admitindo que uma professora de dança flamenca, metida em espetáculos japoneses. | ||
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+ | Quando você vai visitar o Japão e leva presente, tem que tomar muito cuidado, pois se der uma coisa melhor para um parente do que ao outro, encherão de reclamações por valores e tipos e se visita um e deixa de visitar outro também tem queixas. | ||
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+ | Gosta muito da liberdade de comportamento aqui no Brasil, apesar das dificuldades da língua se sente mais em casa aqui do que no Japão, assim hoje ela se considera uma brasileira e ama o Brasil. | ||
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+ | [[categoria:imigrantes]] |
Revisão atual
Mariko Totsuka - Totsuka Mari
Neste ano completa 60 anos como professora de dança que começou aos 17 anos, e hoje ensina dança flamenca, predominantemente para japonesas, pela dificuldade em falar portugues.
Nascida em Pequim em 21/08/1931 como filha de Shizuko e Hideo Yagui, um médico muito respeitado, que construiu um grande Hospital.
O doutor Hideo tinha um filho Michio, a esposa faleceu e aí casou com a Shizuko, com quem teve 3 filhos: Mariko, Fujiko e Hideo.
No final da guerra o irmão Michio foi preso pelos soldados russos, mandado para Sibéria e só voltou ao Japão em 1948, teve muitas sequelas e faleceu na década de 80 com cancer.
Com o término da II Guerra, com o avanço do Comunismo foi desapropriado e tendo ficado por mais ou menos 6 meses antes de voltar para o Japão, gastou para comer e voltou para o Japão quase sem dinheiro.
A Mariko, em Pequim aprendeu "nihon buyo" desde os 7 anos de idade, com um professor japones que acabou sendo convocado para guerra. Voltando ao Japão, ao assistir uma apresentação de ballet, adorou e conseguiu ser aceita como aprendiz no Komachi Ballet Company, com 15 anos e com 17 anos foi permitido que ela iniciasse a ensinar, pois foi considerada profissional.
Na companhia começou a dançar em grupo e galgando passo a passo chegou a solista aos 25 anos.
Depois disso, o joelho inchou, teve água no joelho, e não foi mais possível calçar sapato de ballet, assim acabou migrando para dança Flamenca, que estudou e ensinou durante 3 anos.
Aos 28 anos formou um grupo de apresentação de dança Flamenca e que fez muitas turnées por todo o Japão.
Numa das viagens da companhia em Hokaido conheceu Nobutoshi Totsuka, com o nome artístico Yupo, escultor em madeira, de quem se apaixonou e a cada ano da excursão da Companhia para Hokaido, namoravam e finalmente, já com 34 anos ela casou-se com ele.
Tiveram dois filhos, Yupo e Rimuse e quando o filho Yupo estava completando o 1º ano da escola primária com 7 anos e a filha com 4 anos resolveram mudar para o Brasil, chegando aqui no Shin Nippon Maru, último navio de imigrantes que chegou em Santos em março de 1973, a partir daí a imigração foi feita via aérea.
No navio vieram muitos okinawanos, que não se misturavam com os japoneses. O único que tinha livre trânsito nos dois grupos era o sr. Yupo, que por ser de origem ainu era aceito pelos okinawanos e pelos japoneses.
Os pais e os irmãos da sra. Mariko, estiveram no Brasil durante 10 anos, mas como o pai não conseguiu legalizar o diploma de médico, executava operações em nome de terceiros, fato que fazia com que ganhasse muito pouco, resolveram deixar o Brasil, no início da década de 70. O pai, que era de Toyama, foi sempre apaixonado pela América Latina e tinha o sonho de para cá vir antes de ir para Pequim, e apesar da experiência financeiramente não muito interessante aqui, gostou muito de ter vivido aqui, tnato que aconselhou a filha e o genro para virem para o Brasil.
Uma vez aqui, foi muito difícil a obtenção de renda, ela conseguiu autorização para vender artesanatos na Praça da República, além de ensinar dança. O marido começou a participar da Comissão de Arte Koguei da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assitencia Social - Bunkyo, ganhou muitos premios e assim teve oportunidade para fazer uma exposição no Japão. Nesta ocasião o sr. Taro Okamoto, um artista famoso no Japão, recomendou ao marido para ir para os EEUU, onde seus produtos teriam mais mercado e reconhecimento.
Voltando ao Brasil tentou obter o visto para ir trabalhar nos USA e quando conseguiu, feliz, saiu de moto, teve um grande acidente que o deixou com a cabeça fora ar, só veio a melhorar 3 anos depois, mas como a vista não ficou boa resolveu ir se tratar no Japão.
Ficou mais de 2 anos, apesar da insistencia da dna. Mariko para voltar, perdendo assim, o visto permanente. No Japão, após comemorar o Ano Novo, na volta para casa adormeceu na neve e faleceu.
Conseguiu educar o filho que se formou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e está por aqui. A filha que foi visitar o Japão ao terminar o colegial, achou um emprego no Clube do Brasil, uma ONG e lá ficou. Hoje trabalha em uma instituição bancária e vem a cada dois anos para não perder o visto de permanência brasileira.
Uma das razões que fizeram a Mari sensei a vir para o Brasil foi o quadradismo e o excesso de rigor e com a preocupação dos outros para com cada um do Japão. Quando foi colocar a filha num jardim de infãncia, pediu emprestado o uniforme de uma das mães amiga, comprou os mesmos tecidos e ela mesma costurou. A Diretora não aceitou por falta de etiqueta do fabricante.
Já aqui no Brasil, ensinando Dança Flamenca começou a ensinar e encenar "Shibai", teve aluna japonesa que criticou muito, não admitindo que uma professora de dança flamenca, metida em espetáculos japoneses.
Quando você vai visitar o Japão e leva presente, tem que tomar muito cuidado, pois se der uma coisa melhor para um parente do que ao outro, encherão de reclamações por valores e tipos e se visita um e deixa de visitar outro também tem queixas.
Gosta muito da liberdade de comportamento aqui no Brasil, apesar das dificuldades da língua se sente mais em casa aqui do que no Japão, assim hoje ela se considera uma brasileira e ama o Brasil.