Tsunejiro Ishida
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- | '''Tsunejiro Ishida''', foi oficial ('''Kaigun Taisa''') da '''Marinha Imperial Japonesa''', participou da guerra contra a Rússia com o navio “'''Gunkan Harusame'''” e recebeu várias medalhas do governo japonês. Após se aposentar, comprou 35 alqueires de terra (ou as recebeu do governo japonês a título de recompensa por sua participação na guerra) em um país chamado Brasil. Chegou ao país com a família de seu sobrinho, '''Asashi Kawanami''' (para ficar no anonimato, por ser ex-militar), ao Porto de Santos, a bordo do “'''Takoma Maru'''”, em 1º de setembro de 1927, trazendo um pouco de tudo, inclusive uma vasta biblioteca. Como foram recebidos por uma banda musical, pensaram que se tratava de uma recepção devido à sua importância, mas era apenas devido à semana da Independência. Viajaram ao novo lar em Registro, na região do Vale do Ribeira (SP). Ficaram decepcionados, porque a mata virgem era toda fechada, a topografia desfavorável e o clima terrível. Sem opções, começaram a desmatar e a plantar 20 mil pés de café, e outros produtos, com a ajuda de caboclos locais. A região acabou sendo incrementada com escola e hospital, porém, o isolamento da civilização era terrível. O Sr. '''Tsunejiro''' chegou a retornar ao Japão para vender sua casa, que se localizava em um terreno enorme, na província de [[Fukuoka]], a fim de aplicar no Brasil. Porém, em função da recessão no país, não conseguiu realizar o negócio. Então, aproveitando a viagem, resolveu trazer uma esposa ao seu primogênito, '''Takeshi''' (24). Por intermediação de um companheiro de farda, foi visitar a família de uma das indicadas por ele, mas recebeu uma negativa da que imaginou ser sua futura nora. Porém, acatou a sugestão de substituição pela irmã mais nova, '''Takeko''', formada professora aos 17 anos e que, por ingenuidade ou espírito aventureiro, aceitara prontamente a proposta (leia a história dela acima). Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o sr. '''Tsunejiro''' ficou seriamente preocupado com a participação japonesa, porque sabia detalhadamente de sua limitação. Retornou ao [[Japão]] com esposa, por ordem do governo japonês (Kookansen), repatriados que foram do Brasil, deixando aqui o restante da família, com a recomendação para que não fossem para aquele país. '''Tsunejiro''' e esposa vieram a falecer no Japão sem terem realizado o sonho de retornarem ao Brasil a fim de morar com os filhos. | + | '''Tsunejiro Ishida''', foi oficial ('''Kaigun Taisa''') da '''Marinha Imperial Japonesa''', participou da guerra contra a Rússia com o navio “'''Gunkan Harusame'''” e recebeu várias medalhas do governo japonês. Após se aposentar, comprou 35 alqueires de terra (ou as recebeu do governo japonês a título de recompensa por sua participação na guerra) em um país chamado Brasil. Chegou ao país com a família de seu sobrinho, '''Asashi Kawanami''' (para ficar no anonimato, por ser ex-militar), ao Porto de Santos, a bordo do “'''Takoma Maru'''”, em 1º de setembro de 1927, trazendo um pouco de tudo, inclusive uma vasta biblioteca. Como foram recebidos por uma banda musical, pensaram que se tratava de uma recepção devido à sua importância, mas era apenas devido à semana da Independência. Viajaram ao novo lar em Registro, na região do Vale do Ribeira (SP). Ficaram decepcionados, porque a mata virgem era toda fechada, a topografia desfavorável e o clima terrível. Sem opções, começaram a desmatar e a plantar 20 mil pés de café, e outros produtos, com a ajuda de caboclos locais. A região acabou sendo incrementada com escola e hospital, porém, o isolamento da civilização era terrível. O Sr. '''Tsunejiro''' chegou a retornar ao Japão para vender sua casa, que se localizava em um terreno enorme, na província de [[Fukuoka]], a fim de aplicar no Brasil. Porém, em função da recessão no país, não conseguiu realizar o negócio. Então, aproveitando a viagem, resolveu trazer uma esposa ao seu primogênito, '''Takeshi''' (24). Por intermediação de um companheiro de farda, foi visitar a família de uma das indicadas por ele, mas recebeu uma negativa da que imaginou ser sua futura nora. Porém, acatou a sugestão de substituição pela irmã mais nova, '''Takeko'''(vide '''[[Takeko Ishida]]''' ), formada professora aos 17 anos e que, por ingenuidade ou espírito aventureiro, aceitara prontamente a proposta. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o sr. '''Tsunejiro''' ficou seriamente preocupado com a participação japonesa, porque sabia detalhadamente de sua limitação. Retornou ao [[Japão]] com esposa, por ordem do governo japonês (Kookansen), repatriados que foram do Brasil, deixando aqui o restante da família, com a recomendação para que não fossem para aquele país. '''Tsunejiro''' e esposa vieram a falecer no Japão sem terem realizado o sonho de retornarem ao Brasil a fim de morar com os filhos. |
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Tsunejiro Ishida, foi oficial (Kaigun Taisa) da Marinha Imperial Japonesa, participou da guerra contra a Rússia com o navio “Gunkan Harusame” e recebeu várias medalhas do governo japonês. Após se aposentar, comprou 35 alqueires de terra (ou as recebeu do governo japonês a título de recompensa por sua participação na guerra) em um país chamado Brasil. Chegou ao país com a família de seu sobrinho, Asashi Kawanami (para ficar no anonimato, por ser ex-militar), ao Porto de Santos, a bordo do “Takoma Maru”, em 1º de setembro de 1927, trazendo um pouco de tudo, inclusive uma vasta biblioteca. Como foram recebidos por uma banda musical, pensaram que se tratava de uma recepção devido à sua importância, mas era apenas devido à semana da Independência. Viajaram ao novo lar em Registro, na região do Vale do Ribeira (SP). Ficaram decepcionados, porque a mata virgem era toda fechada, a topografia desfavorável e o clima terrível. Sem opções, começaram a desmatar e a plantar 20 mil pés de café, e outros produtos, com a ajuda de caboclos locais. A região acabou sendo incrementada com escola e hospital, porém, o isolamento da civilização era terrível. O Sr. Tsunejiro chegou a retornar ao Japão para vender sua casa, que se localizava em um terreno enorme, na província de Fukuoka, a fim de aplicar no Brasil. Porém, em função da recessão no país, não conseguiu realizar o negócio. Então, aproveitando a viagem, resolveu trazer uma esposa ao seu primogênito, Takeshi (24). Por intermediação de um companheiro de farda, foi visitar a família de uma das indicadas por ele, mas recebeu uma negativa da que imaginou ser sua futura nora. Porém, acatou a sugestão de substituição pela irmã mais nova, Takeko(vide Takeko Ishida ), formada professora aos 17 anos e que, por ingenuidade ou espírito aventureiro, aceitara prontamente a proposta. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o sr. Tsunejiro ficou seriamente preocupado com a participação japonesa, porque sabia detalhadamente de sua limitação. Retornou ao Japão com esposa, por ordem do governo japonês (Kookansen), repatriados que foram do Brasil, deixando aqui o restante da família, com a recomendação para que não fossem para aquele país. Tsunejiro e esposa vieram a falecer no Japão sem terem realizado o sonho de retornarem ao Brasil a fim de morar com os filhos.