Akita Inu
De Nikkeypedia
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Uma das mais bonitas histórias, que chamou a atenção do Japão e do mundo todo, colaborando assim para a restauração e preservação da raça Akita, foi a comovente história de um cão Akita chamado Hachiko. | Uma das mais bonitas histórias, que chamou a atenção do Japão e do mundo todo, colaborando assim para a restauração e preservação da raça Akita, foi a comovente história de um cão Akita chamado Hachiko. |
Revisão de 15:47, 16 Março 2010
O Akita ou Akita Inu é uma raça de cães originária do Japão. O nome foi dado em relação à província de Akita, de onde a raça é considerada originária. "Inu" significa cão em japonês, e muitas vezes o animal é referido como "Akita-ken" (um trocadilho, pois a palavra "província" é pronunciada "ken" em japonês)
Conteúdo |
Aparência
Os cães da raça possuem uma aparência de lobo, sendo fêmeas mais baixas, e os machos maiores. O peso varia entre 34 e 50 kg, e a altura na cernelha deve ser entre 64 e 70 cm para os machos, e 58 e 64 cm para as fêmeas.
Seu aspecto geral é imponente, robusto e nobre, devendo ser bem proporcionado. O focinho é potente e afilado, mas jamais pontudo, com cana nasal reta e curta. Dentes fortes, com mordedura em tesoura, nunca prognatas. Os olhos são levemente pequenos e triangulares, as orelhas são portadas eretas, ligeiramente inclinadas para a frente. A cauda é grossa e forte, com seu comprimento chegando até o jarrete, mas deve portar-se enrolada sobre o dorso.
Sua pelagem é dupla, sendo o pêlo de cima duro e reto e o subpêlo macio e denso, o que lhe dá aparência de um bichinho de pelúcia. Como possui subpêlo, há uma intensa muda (troca de pêlo) em algumas épocas do ano, devendo ser muito bem escovado para manter seu belo aspecto e eliminar os pêlos mortos. Suas cores podem ser vermelho-fulvo, sésamo (pêlos vermelhos com as pontas pretas) tigrado e branco. Os exemplares de todas as cores, exceto a branca, devem apresentar o "URAJIRO" (pelagem esbranquiçada nas laterais do focinho, nas bochechas, sob o queixo, pescoço e ventre, na face inferior da cauda e face interna do membros).
Temperamento
Protetor, prudente, afetuoso e corajoso. Excelente para crianças por ser muito paciente. Late pouco, nunca late desnecessariamente, uiva geralmente se precisa de algo e é muito seguro de si. É possessivo com seu território e com seus donos, o que faz desta raça excelente guardiã, tanto de propriedades quanto pessoal. Na guarda, seu comportamento não é ostensivo, como pode-se observar nos Dobermanns, mas costuma manter-se em um local que ofereça boa visibilidade, deslocando-se apenas se achar necessário.
É muito preocupado e apegado ao dono, sendo considerado "cão de um dono só" (o que não quer dizer que não possa ser adotado já crescido), mas sofre muito quando abandonado e ,às vezes, não consegue se adaptar aos novos donos. Entretanto, uma vez conquistado será um excelente guardião e companheiro por toda a vida. Precisa de ensinamento para corresponder ao controle normal pelo chamado do dono. De acordo com o livro A Inteligência dos Cães, de Stanley Coren, o Akita encontra-se na 54ª posição entre as 79 pesquisadas. Seus resultados podem ser explicados pela dificuldade "natural" que tem de aceitar ordens de estranhos. Por isso, recomenda-se que desde cedo o próprio dono invista algumas horas na educação de seu cão.
História
Origem da Raça Akita
Dos tempos antigos à era Meiji
Acredita-se que havia uma grande migração de pessoas entre o Japão e a Ásia antes que estas duas áreas se separassem. Foi durante esta época que os cães foram introduzidos no Japão. Ossos de cães do tipo Spitz foram encontrados em sepulturas da Era Jomon (8000 a.C. a 300 a.C).
Após a separação das ilhas que compõe o Japão da grande massa de terra, as embarcações passaram a ser necessárias para se viajar entre as ilhas e o continente e isso diminuiu muito a migração.
A diferenciação entre os cães do tipo spitz iniciou-se a partir do isolamento das regiões e os cães tornaram-se mais apropriados para as necessidades de caça de cada área. Estes cães tornaram-se menos genéricos em aparência com a diminuição da variedade de cruzamentos, porém o tipo básico do spitz permaneceu nestes cães.
A partir do final da Era Jomon, a caça tornou-se popular e muitos ossos de cães foram encontrados junto a outros restos mortais, especialmete na parte nordeste do Japão, junto ao Oceano Pacífico. Mais tarde, na Era Yayoi (300 a.C. a 300 d.C), houve uma diminuição do número de ossos caninos encontrados em sepulturas. Porém, os cães representados em pratos e estatuetas de barro desta era tinham as orelhas eretas e caudas enroladas como os atuais cães japoneses.
Existem referências a cães em alguns livros de história japonesa como o Kojiki (uma crônica do Japão Medieval de 712 d.C) e Nihon Shoki (As Crônicas do Japão da era Yayoi). Na Era Kamakura (1192- 1333) há relatos sobre cães de briga. As briga de cães também eram muito populares na Era Edo (1603 a 1868).
No início da era Edo houve um crescimento da influência européia no Japão. Com a abertura dos portos a navios estrangeiros, a importação de cães do continente europeu tornou-se um negócio bastante próspero e até mesmo uma nova palavra, kara-inu, significando "cão estrangeiro" foi cunhada. A maioria destes cães importados eram do tipo hound. Conta-se que o Xogun Tokugawa Ieyasu possuía uns 70 destes cães para caçar cervos. A popularidade dos cães estrangeiros poderia ter causado o fim das raças nativas do Japão caso os descendentes de Tokugawa Ieyasu tivessem o mesmo interesse nos cães estrangeiros.
Ainda na Era Edo, uma lei bastante curiosa foi criada. Em 1685 o quinto Xogun Tokugawa Tsunayoshi promulgou a lei Shorui Awaremi-no-Rei, determinando a compaixão por todas as coisas vivas e proibindo a matança ou abandono de animais, especialmente de cães. O resultado foi que milhares de cães sem dono passaram a vagar pelas ruas de Edo, hoje a província de Tokyo. Mais de cem mil cães sem dono eram mantidos em canis especialmente construídos para tal.
Por volta do ano 1640 o Japão retraiu-se e isolou-se novamente do resto do mundo negociando apenas com a Mongólia, Coréia e China. O isolamento do Japão durou mais de duzentos anos e só terminou em 1853 com a chegada do Comodoro americano Matthew Perry. Mais uma vez o Japão iniciou um ciclo de interesse em todas as coisas estrangeiras, especialmente ocidentais.
Alguns engenheiros de minas europeus começaram a trabalhar nas minas das montanhas do norte de Honshu. Parte desta área faz parte hoje da Prefeitura de Akita, que nos anos 1800 era chamada de Dewa e sua cidade principal chamava-se Odate. Bastante distante das cidades da planície ocidental, era uma região montanhosa, íngreme e fria. A caça dessa região consistia em javalis, alces e o grande urso Yezo (que chegava a pesar 350Kg). Os cães utilizados para caçar no norte sempre foram conhecidos pelo seu grande porte e eram utilizados em pares de macho/fêmea para encurralar a caça até que os caçadores chegassem. Conta-se que um nobre desenvolveu um tipo de cão especialmente apropriado para este tipo de caçada e este esforço de criação pode ter sido o início do grande cão de caça japonês.
Em contraste com as regiões rurais, nas cidades japonesas, densamente povoadas, geralmente encontrava-se cães mestiços de raças nativas e estrangeiras. Ninguém parece ter feito qualquer tipo de esforço para preservar as raças japonesas das cidades, com exceção do Chin Japonês.
As brigas de cães continuaram populares na Era Meiji (1868 a 1911). Naquela época os Akitas eram chamados cães de Odate por causa do nome da sua cidade. Por volta de 1897, cães de briga Tosa foram introduzidos na prefeitura de Akita. Naquela época Tosa, hoje conhecida como Prefeitura de Kochi, era uma das duas áreas mais populares em brigas de cães.
No início a raça Akita era mais forte do que a Tosa, mas gradualmente a situação se reverteu devido a cruzamentos de cães da raça Tosa com cães de raças europeias. Com as mudanças trazidas pela ocidentalização, alguns cães foram criados especialmente para este esporte. Um dos favoritos era o Cão de Briga Tosa, uma mistura entre o Tosa nativo (Shikoku) e várias outras raças como Buldogue, Dogue Alemão, Pointer, Mastiff etc.
Para aumentar o tamanho e o instinto de briga, o mesmo tipo de cruzamentos foi feito no norte com os cães nativos da região Dewa/Akita. As raças provavelmente utilizadas nesses cruzamentos foram os Dogue Alemão, trazidos pelos engenheiros de minas alemães e os Mastiff Tibetanos trazidos por comerciantes Mongóis.
A partir da Era Meiji até a Era Taisho (1912 a 1925), os cães no Japão eram classificados em três categorias. Uma era o cão de caça japonês, que era grande, com orelhas eretas e cauda enrolada. O segundo eram os pequenos cães vindos da China, chamados Chin. O terceiro eram os mestiços com raças asiáticas e européias, verdadeiros SRD.
Do Início da Era Showa até Hoje - Movimento de Preservação
O início da preservação dos cães nativos japoneses deu-se pelo crescente nacionalismo japonês no século XX. A medida em que o interesse dos japoneses começou a focar-se em sua própria história e cultura, eles começaram a prestar mais atenção aos cães que sempre estiveram presentes no Japão.
Felizmente o isolamento rural do norte do país permitiu que a caça continuasse a ser uma importante fonte de alimentos. Quando a atenção voltou-se para os cães nativos, os Matagi Inu (cães de caça) ainda podiam ser encontrados para servir como base de criação.
Um nome de grande importância no movimento preservacionista foi o do Professor Shozaburo Watase, que publicou um artigo sobre os cães japoneses em 1915. Ele também começou a palestrar sobre este asssunto e fundou um comitê histórico preservacionista para o Ministério de Assuntos de Estado. Em 1919, sob sua liderança, uma lei para a preservação de espécies do Japão foi aprovada.
Nesta época a raça Akita encontrava-se em grande declínio dentre as raças japonesas, não só em números como também em pureza, devido aos diversos cruzamentos com cães de briga Tosa e com cães de diversas raças ocidentais.
Em 1920 o Dr. Watase foi a Odate para pesquisar os cães Akitas da região. Porém ficou desapontado ao constatar que devido à falta de uniformidade dos cães Akita, ele não poderia designar nenhum deles como monumento nacional. Nessa época as brigas de cães ainda eram muito populares e a ênfase na criação dos cães era muito maior na habilidade de briga do que na aparência do cão. Antes de deixar Odate, o Dr. Watase convocou os apreciadores dos cães Akita a preservar a raça antes que a mesma se tornasse extinta.
No início da Era Showa (1926 a 1988), em 1927, o prefeito de Odate, Sr. Shigeie Izumi, contrário aos cruzamentos entre os cães de Odate com outras raças, principalmente com o Tosa, fundou a Sociedade Akita Inu Hozankai (AKIHO) num esforço para preservar a pureza da raça de Odate. Ao mesmo tempo, as brigas de cães gradualmente foram perdendo sua popularidade.
Devido a uma grande preocupação da população com a sobrevivência dos cães japoneses, em junho de 1928 fundou-se o Nipponken Hozonkai (NIPPO), uma organização para os cães Akita, Hokkaido, Shiba, Kai, Kishu e Shikoku). O NIPPO passou a registrar cães japoneses, a publicar um boletim e a organizar exposições.
Na primavera de 1931, um grupo liderado pelo Dr. Tokio Kaburagi foi a Odate pela segunda vez com a disposição de que o Akita deveria ser restaurado ao que se acreditava ser o tipo puro do cão japonês. Finalmente, em Julho de 1931 o governo japonês declarou o grande cão do Japão como um Monumento Natural do Japão. A raça foi finalmente batizada com o nome da região onde se originou passando a ser conhecida como Akita Inu.
No Japão as raças caninas são tipicamente associadas com as áreas de onde se originaram: Akita, Hokkaido, Shiba, Kai e Shikoku. A palavra inu significa cão em japonês. Assim, Akita Inu = Cão de Akita.
O interesse nos Akitas recebeu um grande incremento com a publicidade sobre a raça. Primeiramente em 1932 pela publicação em primeira página nos jornais de Tóquio, da história de Hachi-Ko. Depois pela muito divulgada visita da escritora americana cega, surda e muda Helen Keller ao Japão. Ela expressou interesse na raça e foi presenteada com dois filhotes de Akita. O primeiro morreu ainda novo, mas o segundo tornou-se companheiro inseparável de Hellen até sua morte.
Felizmente essa atenção da mídia coincidiu com o crescente nacionalismo japonês, ou de outro modo os cães nativos do Japão poderiam ter desaparecido definitivamente.
Para ajudar a determinar se um cão verdadeiramente representava um tipo nativo, o NIPPO desenvolveu um padrão escrito da raça publicado em setembro de 1934. A Akiho, que colaborou com a NIPPO durante seus primeiros anos, publicou seu primeiro padrão do Akita em 1938.
De acordo com muitos dos estudiosos dos cães japoneses, o tipo puro original do cão Akita era provavelmente do tamanho dos cães Matagi (caça) encontrados nas aldeias nas montanhas do Japão. Estes cães Matagi era ligeiramente maiores que os cães médios. O objetivo dos criadores sérios de Akitas passou a ser aumentar o tamanho dos cães, mantendo-se a aparência dos cães japoneses.
A Segunda Guerra Mundial quase causou a completa extinção dos Akitas devido à escassez de alimentos e à demanda da pele dos animais pelo exército japonês. Porém, algumas pessoas esconderam seus Akita-Inus e os mantiveram em segredo. Poucos cães sobreviveram à Guerra. Após a Guerra, alguns oficiais das forças de ocupação na Prefeitura de Akita interessaram-se pelos Akitas. Os americanos ajudaram a alimentar e a cuidar desses Akitas.
Mesmo nesses tempos difíceis a restauração da raça foi reiniciada e para preservar a raça, foram feitos alguns cruzamentos, especialmente com Pastores Alemães. Outros cães japoneses também foram utilizados. Após a Guerra os criadores japoneses passaram a tentar erradicar qualquer sinal desses cruzamentos.
Duas linhagens principais emergiram após a Guerra e foram utilizadas no processo de restauração da raça: Dewa e Ichinoseki. A linhagem Dewa veio do cão Dewa-go, do canil do comerciante de cães Yozaburo Ito. A linhagem Ichinoseki iniciou-se com o cão Ichinosekitora-go, de propriedade do Sr. Kuniro Ichinoseki.
Devido à falta de uniformidade na aparência dos Akitas durante os anos iniciais da restauração da raça, os criadores japoneses encontraram muitos problemas em seus esforços iniciais para restaurar o Akita como um cão japonês. A linhagem Dewa era estereotipada como os Akitas tipo "Pastor Alemão" e a linhagem Ichinoseki como os Akitas tipo "Mastiff".
Em 1948 foi fundada em Tóquio a Akitainu Kyokai (AKIKYO), uma outra sociedade objetivando a restauração do Akita, com a publicação de seu padrão no mesmo ano.
Hoje ainda existem três organizações que registram os Akitas. A AKIHO é a maior e mais influente. A AKIKYO foi reconhecida em 1988 e mantém-se ativa. A NIPPO, porém, passou a focar-se principalmente nos cães de raças japonesas médias e pequenas.
O padrão atual do Kennel Club Japonês e da FCI baseia-se nos padrões NIPPO, AKIHO e AKIKYO.
A raça Akita sofreu grandes mudanças até chegar ao padrão atual, porém os esforços para a melhoria da raça continuam firme a fim de melhorar os diversos problemas encontrados, tais como tórax estreito, baixa estatura, pelagem muito longa ou muito curta, falta de dentes, língua manchada, forma dos olhos defeituosa, desvios de temperamento, etc.
O Akita e Sua Evolução:
Inicialmente conhecido como Matagi-inu, Kurae-inu, Odate-inu, Tohoku-inu, são os nomes que já teve o cão Akita no transcurso da história. Conhecido com o nome de Akita desde a Idade Moderna. Através de séculos de domesticação, foi tomando o nome de acordo com a função que desempenhava: Matagi-inu, cão de caça; Kurae-inu, cão de ataque; Odate-inu e Tohoku-inu cão de companhia. Toma, por último, o nome de Akita que é a região mais setentorial da ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês, zona montanhosa, escassamente povoada, com uma densidade inferior a cem pessoas por km2.
Não mais, nem menos importante como o cão pastor escocês, o pastor belga é o cão Akita (Akita-inu), inu = cão. Com o passar do tempo e a linguagem corrente, no ocidente, estes cães se chamaram simplesmente pastor escocês, pastor belga, etc. e o Akita-inu, desde 1988, ano em que a FCI (Federação Cinológica Internacional) reorganizou os grupos das raças, o Akita passou a formar parte do 5° Grupo e a palavra "inu" foi considerada em desuso. A maioria das raças européias foram evoluindo desde a antigüidade até nossos dias, por ser uma questão de moda, de refinamento, ou de atitudes. No caso do Akita, também foi provocado uma troca, mas nos últimos anos, se tem notado que os criadores japoneses, num afã previsto de cautela, lenta e pacientemente, vão começando a andar no sentido inverso, deixando de fora toda uma linha de sangue exótica, estrangeira, para voltar, novamente, a conseguir-se o Akita que era originariamente.
Indubitavelmente este cão, que para o Japão é um cão nacional, qualquer esforço é pouco se considerarmos a admiração do povo japonês por esta raça. Era o cão do caçador, o único que se animava a enfrentar ursos na montanha nipônica, era o cão do intrépido samurai, do imponente guerreiro no que, para eles, a morte voluntária não era um pecado, pois fazia parte do código de honra que lhes regia.
A disciplina Samurai, tão remota como os costumes feudais nipônicos, os convertia em dignos e orgulhosos integrantes da classe militar do Império do Sol Nascente. Era em todo o momento o "cão do chefe", indicando seu proprietário, e o motivo da vestimenta do uniforme de gala, era conhecido por este, com especial fidelidade, com amor, com profundo respeito e curiosa particularidade que ainda hoje se conserva.
Assistir uma exposição de Akitas no Japão é algo que reveste uma solenidade muito especial e recordação inesquecível. É o único caso conhecido em que uma nação, no caso o Japão, ampara e protege, dá assistência e uma especial subvenção ao proprietário de um Akita que, por dificuldades financeiras não pode dar a seu exemplar um tratamento adequado.
Suas origens se remontam a uns 3.000 (três mil) anos; era admirado por seu tamanho e arrojo para a caça de ursos e servos. Com o tempo, samurais e Akitas compartilharam a coragem onde as lutas se davam até a morte, entre 1603 e 1925, um lapso de 322 anos, durante o qual o Akita deu mostras de sua valentia e inteligência. Sem contestar esta prática sanguinária, através da criação do homem, quase acabou com um dos cães mais antigos do Japão, talvez o mais representativo. Contrariamente ao que se pode pensar, dócil e carinhoso, os nipônicos cuidaram de seu cão nacional sem dar importância demasiada às convenções fixadas pela FCI, talvez porque este devesse responder ao espírito da nação.
Este animal, forte, rústico e valoroso, foi conhecido no mundo ocidental depois da II Guerra Mundial, quando soldados norte-americanos levaram para seu país alguns exemplares, onde com certeza, o mesclaram com outras raças como o malamute, que lhe deu um aspecto mais pesado e diferente também, em seu temperamento, do que é um verdadeiro Akita japonês. O Akita, não obstante sua ascendência, é um animal simpático, de pelo expeço e muito vistoso, mas o que realmente importa nele, é o temperamento, segurança, calma e velocidade de reação. Conserva uma particularidade nada desprezível para nossa atual forma de vida, "é silencioso", condição para a qual nos Estados Unidos e Europa, muitos o vão adotando como cão de apartamento. É um cão que não necessita de muito exercício, se adapta em lugares pequenos, é um cão de um só dono, razão pela qual seja difícil que aceite um adestrador. Praticamente late somente para dar alarme e isto é resultado de uma seleção realizada no Japão em resposta às razões de espaço e convivência. É desconfiado por natureza com estranhos e seu olhar penetrante seguirá com atenção os movimentos de qualquer pessoa que visite nossa casa.
Outra mostra de suas características peculiares, é sua forma de atacar, silenciosa e de surpresa, mantendo uma calma absoluta e uma incrível identidade com seu condutor, assemelhando-se em sua luta, a um campeão de judô, pela fenomenal capacidade de obter êxito em um combate com adversário de tamanho notavelmente superior. AKITA - PERFIL DA RAÇA
É a partir do século XVII que as raças japonesas começam a ser identificadas e reconhecidas como diferentes umas das outras, e teria sido então que um nobre interessado em cães estimulou a criação do Akita, no distrito de mesmo nome, no Japão. Criado como cão de caça nas montanhas ao norte do Japão, o Akita, segundo criadores, foi também um cão de combate até o século passado, quando foram proibidas as lutas entre cães naquele país. O Akita alternou momentos de projeção com fases de quase extinção. Em 1931, foi considerado monumento nacional pelo governo japonês. Nos Estados Unidos, atualmente detentor de um grande plantel de Akitas, a raça surgiu a partir da II Guerra Mundial, quando os soldados americanos levaram muitos filhotes do Japão para seu país.
Discreto e eficiente guarda, o Akita é uma raça recente e ainda pouco conhecida no Brasil. Introduzido aqui em 1970, o cão passou mais de dez anos restrito à Colônia japonesa que, principalmente pela dificuldade com a língua, encontrava barreiras para difundí-lo no mercado brasileiro.
A História de Hachiko
Hachiko
Uma das mais bonitas histórias, que chamou a atenção do Japão e do mundo todo, colaborando assim para a restauração e preservação da raça Akita, foi a comovente história de um cão Akita chamado Hachiko.
Em novembro de 1923 nasceu um filhote de Akita na prefeitura de Akita, no Japão. Aos dois meses de idade foi mandado ao Professor Eizaburo Ueno em Tokyo, que ansiava por um cão Akita há anos. O Professor batizou o cãozinho de Hachi e o chamava carinhosamente pelo diminutivo Hachiko.
O Professor residia num subúrbio de Tokyo perto da estação de Shibuya. Hachiko acompanhava seu dono todas as manhãs no percurso de casa à estação de trem, voltando no final da tarde para acompanhá-lo na volta para a casa.
No dia 21 de maio de 1925, Hachiko, que tinha tinha apenas um ano e meio, estava na estação como de costume esperando seu dono chegar no trem das 16 horas. Porém, naquele dia o Professor Ueno não chegou, pois sofreu um derrame fatal na Universidade.
Após a morte do Professor, seus parentes e amigos passaram a cuidar de Hachiko que continuou a ir à estação de Shibuya todos os dias à mesma hora para esperar seu dono voltar do trabalho. Os anos passaram e Hachiko, já com dificuldades para andar em decorrência de artrite, continuava a fazer sua peregrinação diária à estação. Sua vigília durou até o dia 7 de Março de 1934, quando já com 11 anos e 4 meses foi encontrado morto no mesmo lugar onde esperou pelo seu dono por tantos anos.
A memória de Hachiko foi imortalizada em uma pequena estátua de bronze colocada na estação de Shibuya, local onde ele moreu. Porém, durante a 2ª Guerra Mundial todas as estátuas foram confiscadas e derretidas, incluindo a de Hachiko. Em 1948 o filho do escultor da estátua original foi contratado para criar uma réplica dessa estátua, que foi colocada no mesmo lugar da anterior. Hoje, todos que passam pela estação de Shibuya em Tokyo podem ver a imponente estátua de Hachiko, erguida em sua memória eternizando a paixão desse cão por seu dono e sua lealdade incomparável. Sua figura imponente, esculpida em bronze e colocada sobre um pedestal de granito, ergue-se como uma silenciosa prova do lugar ocupado pelos Akitas na história cultural e social do Japão.
Estátua de Hachiko na estação de Shibuya Media-AKita
Utilização
Originalmente, no Japão, era empregado em rinhas, o que quase extinguiu a raça. Também já foi usado na caça a grandes animais, mas hoje serve como cão de guarda, onde destaca-se devido à sua grande força e sentimento de fidelidade ao dono.
Curiosidades
Predefinição:Trivia A raça foi quase extinta durante a Segunda Guerra Mundial. Para recuperá-la, foi feito um intenso trabalho de seleção com os exemplares remanescentes. Paralelamente, exemplares mestiçados com Pastor Alemão e Mastins foram para a América, onde foram selecionados e a criação foi direcionada para formar uma nova raça: o Akita Americano.
Existe também uma historia de pura lealdade, onde o protagonista é um Akita chamado Hachiko, que ficou a espera do seu dono por mais de 10 anos na estação de Shibuya, sendo que este nunca retornou do trabalho, pois faleceu no meio do caminho…