Tanabata Matsuri

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Tanabata Matsuri no Japão.
Tanabata Matsuri no Japão.

Tanabata Matsuri (七夕祭り) é um dos mais conhecidos festivais da cultura japonesa. Enquanto "Matsuri"(祭り) se refere à própria palavra "Fetsival", "tanabata"(七夕) refere-se a uma antiga lenda japonesa que originou essa festividade.

Conteúdo

[editar] Lenda

Uma lenda japonesa conta a origem do festival Tanabata: Há muito tempo, de acordo com uma antiga lenda, morava próximo da Via-Láctea uma linda princesa chamada Orihime (織姫) a "Princesa Tecelã". Certo dia Tentei (天帝) o "Senhor Celestial", pai da moça, apresentou-lhe um jovem e belo rapaz, Kengyu (牽牛) o "Pastor do Gado" (também nomeado Hikoboshi), acreditando que este fosse o par ideal para ela.

Os dois se apaixonaram fulminantemente. A partir de então, a vida de ambos girava apenas em torno do belo romance, deixando de lado suas tarefas e obrigações diárias. Indignado com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai de Orihime decidiu separar os dois, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea. A separação trouxe muito sofrimento e tristeza para Orihime. Sentindo o pesar de sua filha, seu pai resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, desde que cumprissem sua ordem de atender todos os pedidos vindos da Terra nesta data. Na mitologia japonesa, este casal é representada por estrelas situadas em lados opostos da galáxia, que realmente só são vistas juntas uma vez por ano: Vega (Orihime) e Altair (Kengyu).

O festival que celebra esta história de amor teve início na Corte Imperial do Japão há cerca de 1.150 anos, e lá tornou-se feriado nacional em 1603. Atualmente o Tanabata é uma das maiores festas populares do Japão. É realizado em diversas cidades, o mais tradicional é o de Miyagui, que se realiza em agosto, aproveitando as férias de verão das escolas japonesas.

Esta lenda, que tem origem no folclore chinês, possui algumas variações que foram incluídas no Man´youshuu (万葉集), a mais antiga coletânea de poemas japoneses.

(Fonte: Wikipedia - Tanabata)

[editar] História

O Festival Tanabata, ou Festival das Estrelas, como também é conhecido, foi levado da China para o Japão pela Imperatriz Kouken em 755d.C. Originalmente conhecido na China como Festival Qixi ou Kikouden (乞巧奠), a tradição do Festival foi adotada pela Corte Imperial de Kyoto, durante o Período Heian (794 a 1185). Mas foi somente no início do Período Edo (1603 a 1868) que o festival ganhou o conhecimento do grande público, tendo sido misturado com algumas tradições do Obon, que naquele período era comemorado no dia 15 de julho, e dando origem ao Festival Tanabata, tal como o conhecemos atualmente.

Os costumes relacionados ao festival variam de acordo com a região, mas em geral, as meninas pediam por melhores costuras e artesanatos, enquanto os meninos pediam por uma melhor caligrafia, escrevendo seus pedidos em pequenos pedaços de papel, chamados Tanzaku (短冊). Nesse período, havia o costume de preservar o orvalho das chuvas sobre a folha do inhame para se fabricar a tinta que seria usada para escrever os pedidos no tanzaku.

O nome Tanabata está remotamente associado à leitura japonesa dos caracteres chineses 七夕, que costumavam serem lidos como "shichiseki". Acredita-se que havia uma cerimônia xintoísta, na qual um servente do templo (miko - 巫女) tecia um manto num tear chamado "tanabata" (棚機), próximo a água de um rio, para ser oferecida a um Deus, a fim de que se conseguisse proteção das plantações de arroz contra as chuvas e uma boa colheita no final do outono. Aos poucos, essa cerimônia foi se misturando aos costumes do "koukiden"(乞巧奠), dando origem ao atual Tanabata. Os caracteres chineses 七夕 e a leitura japonesa "tanabata" se juntaram para designar o mesmo festival, sendo que, originalmente eles eram duas coisas diferentes. Este é um exemplo do chamado "ateji" (当て字), ou seja, a atribuição de uma leitura específica a um ideograma.

Ramo de bambu com tanzaku´s
Ramo de bambu com tanzaku´s

[editar] Outra versão da estória

Segundo uma versão um pouco diferente da estória do Tanabata conhecida tanto no Japão quanto na China, um jovem fazendeiro chamado Mikeran descobriu em sua fazenda uma túnica que pertencia a uma Deusa chamada Tanabata. Um dia, Tanabata visita Mikeran e pergunta se ele havia encontrado sua túnica. Ele, então, diz não ter encontrado, mas se propõe a ajudá-la na procura. Por força do destino, os dois acabam se apaixonando, casando e, por fim, tendo muitos filhos. Porém, num determinado dia, Tanabata acaba avistando um pedaço da túnica que a pertencia no telhado da cabana de Mikeran. Com a mentira descoberta, Tanabata acaba perdoando Mikeran, com a condição de que ele tecesse mil pares de sapatos de palha, e até que esse serviço fosse feito, ela o deixaria. Diz-se que Mikeran não teria conluído os mil pares de sapato em vida e, portanto, não conseguira encontrar Tanabata novamente. Apesar disso, o casal se encontra uma vez por ano, quando as estrelas Vegas e Altair se encontram no céu.

Também é dito que Tanabata teria pedido a Mikeran que fizesse os mil pares de sapato e os enterrasse junto a uma muda de bambu. Essa seria a única forma de os dois poderem se encontrar novamente. Mikeran atende o pedido de Tanabata, e quando o bambu cresce, ele o escala, percebendo que não havia crescido o suficiente. Mikeran então percebe que, na pressa de plantar a muda de bambu junto aos sapatos, acabou enterrando um número menor de sapatos, o que impediu o crescimento total do bambu, e, consequentemente, que ele pudesse reencontrar sua amada. Ele a chama para ajudá-lo, e Tanabata o levanta até ela. O pai de Mikeran, descontente com o acontecido, o encarrega com a difícil tarefa de tomar conta de uma plantação de melões suculentos, por três dias e três noites, sem que ele os pudesse tocar. Tomado pela sede, Mikeran acaba tocando em um dos melões, que, transformando-se imediatamente num rio, o separou para sempre de sua amada. Tanabada implora a seu pai para deixá-la ver Mikeran novamente, e, por fim, o pai permite à filha que encontre Mikeran apenas no dia sete de julho.

[editar] Tanzaku

Atualmente no Japão, as pessoas celebram o Tanabata Matsuri escrevendo seus desejos nos tanzaku, pequenos cartões, e os pendurando nos galhos de um bambu. Após o festival, os bambus são jogados ao rio ou queimados por volta da meia noite para que os desejos sejam realizados. O costume de colocar o bambu com os cartões na água lembra um costume típico do Obon (お盆) de colocar no rio pequenas embarcações de papel com velas. Muitas regiões do Japão possuem seus costumes próprios ligados ao Tanabata, costumes estes que estão, em geral, ligados às tradições locais do Obon.


[editar] Canção

Uma canção tradicional do Tanabata Matsuri refere-se ao costume de escrever os desejos no tanzaku:


[editar] Curiosidade

O Tanabata Matsuri já foi tema de muitas produções artísticas, entre elas a música, o cinema, o mangá, a literatura, etc. Além disso, sabe-se que na região de Awaji-shima (淡路島), ilha próxima a Osaka, Tanabata é também conhecido como um sobrenome típico da região.

[editar] Tanabata Matsuri no Brasil

No Brasil o primeiro festival Tanabata foi realizado na cidade de Assaí no Estado do Paraná no ano de 1978.

Com o nome de "Festival das Estrelas", o Tanabata Matsuri é realizado na cidade de São Paulo, na Praça da Liberdade, no mês de julho, desde 1979. Esta é a principal comemoração anual do bairro, incluída no Calendário Turístico do Estado e do Município de São Paulo: As ruas da praça são decoradas com grandes ramos de bambu ornamentados por enfeites de papel colorido que simbolizam as estrelas e, neles são pendurados os tanzakus.

são realizados também apresentações de tambores Taikô, danças folclóricas e shows de cantores.

Tanabata em Ribeirão Preto

Devido a grande concentração de imigrantes japoneses e descendentes em Ribeirão Preto e região, e pela absorção e fascínio que a cultura japonesa possuía e poderia proporcionar a cidade, a festa foi introduzida no calendário oficial de eventos da cidade desde 1994. O Festival realizado no Parque Municipal Morro do São Bento tem como características manifestações artísticas: danças folclóricas, música e seus delicados instrumentos (shamizen, shakura, etc.), artes marciais (Judô, Karate, Aikido, entre outras), tambores japoneses (taiko), canto (karaokê), artes plásticas (pintura, origami, kirigami, etc.), arranjos florais (Ikebana), cultivo de árvores em miniaturas (Bonsai) há o fortalecimento da cultura de um povo aos seus descendentes estimulando a formação de uma sociedade Nipo-Brasileira fortemente alicerçada na Educação e na Cultura. Com duração de três dias, o evento é aberto ao público com entrada gratuita, e é uma das mais importantes celebrações da cidade.

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