Roberto Shinkai
De Nikkeypedia
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- | Minha família '''Shinkai''' '''(新海)''' tem origem em [[Nagano]]-Ken, meus Avós, '''Hanbe Shinkai''' e '''Toseko Shinkai''', chegaram em Santos aproximadamente em 1939, de lá foram para Araçatuba, interior, com seis filhos, cinco homens e uma mulher,'''Takeo''', '''Ryuji''', '''Sekizo''', '''Kyoe''', '''Harushiro''', '''Seigo''', '''Keiroku''' e '''Hakuo''', onde trabalharam em uma fazenda de café. [[Image:Na_fazenda_de_cafe_em_Aracatuba.250.jpg|left]] | + | Minha família '''Shinkai''' '''(新海)''' tem origem em [[Nagano]]-Ken, meus Avós, '''Hambei Shinkai''' e '''Toseko Shinkai''', se estabeleceram em Aliança–São Paulo no ano 4 da Era Showa (1929) no final de março vindo do Japão com mais sete famílias, vieram com cinco filhos, quatro homens e uma mulher,'''Takeo''', '''Ryuji''', '''Sekizo''', '''Kyoe''', '''Harushiro''', '''Seigo''', '''Keiroku'''. Até maio ou junho do ano de 1935, todos permaneceram em Aliança. O tio Hakuo nasceu aqui. Quando a família Shinkai comprou 10 alqueires de terreno e se mudou para arredores de Rolândia com o objetivo de cultivar café[[Image:Na_fazenda_de_cafe_em_Aracatuba.250.jpg|left]] |
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+ | A família Shinkai possuía vasta plantação de Sugui, que mesmo na época era muito valorizada. Dizia os tios que bastava cortar um deles para obter renda suficiente para mandar um filho até a faculdade. Entretanto o avô Hambei que não gozava muito da saúde, sempre deixou que a avó Toseko assumisse as rédeas nos trabalhos de casa na agricultura e ele mais se dedicava em políticas da região assumindo liderança e responsabilidade na decisão da comunidade. | ||
+ | Em meio a tudo isso ele um dia foi fiador de uma pessoa e ele teve que arcar com o pagamento que a pessoa não fez e perdeu quase tudo que os antepassados haviam construídos até então. A vovó Toseko não agüentando a vergonha de ter perdido tudo na geração dela e sentindo necessidade de recuperar a fortuna que havia perdido decidiu arriscar na oportunidade que aparecera que foi a de imigrar em busca do '''sonho dourado'''. | ||
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+ | O Sr. Ide Soobei que ganhou uma fortuna no cultivo de batatinhas nos EE. UU, comprou 100 alqueires de terra no Brasil. O seu sobrinho Ide Sekio ganhou os 30 alqueires e mais seis famílias cada qual adquiriram 10 alqueires respectivamente, todos com o mesmo objetivo vieram para o Brasil em busca de sucesso. (1 alqueire equivale aproximadamente 25 hectares). | ||
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+ | 5. Shinkai Hambei (nosso avô)...........................................10 alqueiros | ||
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+ | Estes são os famosos “SHICHIKEN GUMI” que a vovó Toseko sempre se referia. Não tenho relato do que a nossa família e as outras seis famílias faziam em Aliança. Penso que como todo imigrante deve ter cumprido um contrato de trabalho. | ||
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- | Meu pai '''Ryuji Shinkai''' era o segundo filho, desde cedo preocupado com o estudo, pois no Japão se preparava para fazer faculdade de medicina, viu que naquela fazenda não teria futuro, foi para São Paulo Capital estudar e se formou em cirurgião dentista anos após ter trabalhado na fazenda. Meu tio mais velho '''Takeo''', comprou terras no norte do Paraná, e lá meu avô e ele desbravaram uma terra com floresta densa e tiveram dificuldades por lá, chegaram a criar porcos para venda, mas logo foram para a capital paulista. | + | Meu pai '''Ryuji Shinkai''' era o segundo filho, desde cedo preocupado com o estudo, pois no Japão se preparava para fazer faculdade de medicina, viu que naquela fazenda não teria futuro, foi para São Paulo Capital estudar e se formou em cirurgião dentista anos após ter trabalhado na fazenda. |
===HISTÓRIAS QUE OUVI POR TODA INFÂNCIA=== | ===HISTÓRIAS QUE OUVI POR TODA INFÂNCIA=== |
Revisão de 03:49, 15 Agosto 2009
Conteúdo |
UM BREVE RELATO DA MINHA FAMÍLIA (新海)
INTRODUÇÃO
MOTIVO DA VINDA DOS SHINKAI
A família Shinkai possuía vasta plantação de Sugui, que mesmo na época era muito valorizada. Dizia os tios que bastava cortar um deles para obter renda suficiente para mandar um filho até a faculdade. Entretanto o avô Hambei que não gozava muito da saúde, sempre deixou que a avó Toseko assumisse as rédeas nos trabalhos de casa na agricultura e ele mais se dedicava em políticas da região assumindo liderança e responsabilidade na decisão da comunidade. Em meio a tudo isso ele um dia foi fiador de uma pessoa e ele teve que arcar com o pagamento que a pessoa não fez e perdeu quase tudo que os antepassados haviam construídos até então. A vovó Toseko não agüentando a vergonha de ter perdido tudo na geração dela e sentindo necessidade de recuperar a fortuna que havia perdido decidiu arriscar na oportunidade que aparecera que foi a de imigrar em busca do sonho dourado.
O Sr. Ide Soobei que ganhou uma fortuna no cultivo de batatinhas nos EE. UU, comprou 100 alqueires de terra no Brasil. O seu sobrinho Ide Sekio ganhou os 30 alqueires e mais seis famílias cada qual adquiriram 10 alqueires respectivamente, todos com o mesmo objetivo vieram para o Brasil em busca de sucesso. (1 alqueire equivale aproximadamente 25 hectares).
1. Ide Sekio (sobrinho).................................................30 alqueiros 2. Ide Fukashi (irmão)..................................................20 alqueiros 3. Igami Izumi.................................................10 alqueiros(aprox.25 hec.) 4. Ide Eiji (irmão mais novo do primo da avó Toseko)....................10 alqueiros 5. Shinkai Hambei (nosso avô)...........................................10 alqueiros 6. Kawakami Washiro.....................................................10 alqueiros 7. Ide Mitsuo...........................................................10 alqueiros
Estes são os famosos “SHICHIKEN GUMI” que a vovó Toseko sempre se referia. Não tenho relato do que a nossa família e as outras seis famílias faziam em Aliança. Penso que como todo imigrante deve ter cumprido um contrato de trabalho.
Meu pai Ryuji Shinkai era o segundo filho, desde cedo preocupado com o estudo, pois no Japão se preparava para fazer faculdade de medicina, viu que naquela fazenda não teria futuro, foi para São Paulo Capital estudar e se formou em cirurgião dentista anos após ter trabalhado na fazenda.
HISTÓRIAS QUE OUVI POR TODA INFÂNCIA
Meu pai Ryuji casou pela primeira vez com uma issei igual a ele, Kimie, em São Paulo, tiveram dois filhos Ryutaro e Ryuko. Não dando certo seu casamento, veio para Belém-PA, trabalhou como cirurgião dentista e teve muito sucesso na colônia japonesa local, hoje em dia ainda é lembrado pela qualidade de implante dentário que o mesmo fazia, ouço elogios dele até hoje dos isseis ainda vivos no Estado do Pará.
Conheceu minha mãe Maria de Nazaré, descendente de portugueses e italianos, casaram e tiveram sete filhos, Carlos, Rubens, Ricardo, Reinaldo, Reginaldo, Roberto e Reiko, a única a receber nome japonês.
Meu avô e minha avó não os conheci, mas morreram cedo, provavelmente de câncer. Minha avó era muito inteligente, descendente dos Ueda, sua avó era uma das princesas daquele feudo e no seu casamento recebeu um dote muito bom.
Meu avô Hanbe é descendente de Inoue Shinkai um samurai que tem sua armadura em Osaka-jô (Castelo de Osaka) nela está a MOM da nossa família. Devido a guerra Japão e Rússia minha família veio parar no Brasil.
Minha única tia era enfermeira na Santa Casa de São Paulo, devido a um acidente automobilístico, a mesma foi atropelada quando saía do serviço, teve sérios problemas mentais após isso e ficou internada um tempão em um hospital psiquiátrico e morreu por lá.
Meu tio mais velho morreu cedo, teve dois filhos Azuma e Marie, meu primo Azuma se formou pelo ITA de São José dos Campos e hoje é engenheiro aposentado e vive lá até hoje com dois filhos. Minha tia Marie teve dois filhos e mora em Belém até hoje. Eles vieram morar com meu pai em Belém, assim como meus dois irmãos mais velhos por parte de pai. Meu pai ajudou a fundar o Hospital Amazônia de Belém e a Associação nipo-brasileira de Belém, ambos relacionados com o Japão até hoje. Meu tio Seigo era protético e trabalhou com meu pai até sua morte. Depois meu tio trabalhou com meu Irmão até se aposentar.
Meu tio Seigo, era o quinto filho e foi durante toda minha infância e adolescência minha referência do Japão, me contou suas histórias quando trabalhou no Mato Grosso de peão numa fazenda e que tentou ser kamikaze na Segunda Guerra Mundial, tendo desistido pois não conseguiu passar pela fronteira do Brasil com o Paraguai. Era fotógrafo além de protético, fazia as fotos oficiais das visistas ilustres do Japão no Bunkyo de Belém. Tinha uma mente incrível e um senso de honestidade rara nos dias de hoje, praticamente minha referência paterna, pois meu pai morreu aos 63 anos e eu tinha apenas cinco anos de idade.
Meu tio Seigo nunca me abandonou a mim e meus irmãos sempre do nosso lado para garantir a continuidade da cultura milenar japonesa que corre no meu sangue e no sangue dos meus irmãos. Morreu aos 88 anos de idade, infelizmente eu estava em São Paulo na época fazendo especialização médica.
MEUS IRMÃOS E EU
Meu irmão Ryutaro se formou em odontologia, minha irmã Ryuko se formou em Direito, meus irmãos todos se formaram, Direito dois, Medicina apenas eu, Engenharia Elétrica, Administração, Contabilidade e Cinema.
MINHA FAMÍLIA
Hoje vivo em Tomé-Açu/PA, sou casado e minha esposa é psicóloga se chama Mariá Shinkai, minhas filhas se chamam Roberta Mayumi e Rafaela Sayuri, a minha filha mais velha ganhou o concurso nacional de SHUJI de 2008, minha filha mais nova tem Autismo, uma doença rara, que afeta a linguagem verbal e a interação social. Fundamos uma APAE nesse município para ajudar crianças com esses problemas e outros problemas mentais. Vivo numa colônia de japoneses em Tomé-Açu, e como Nikkei fundei uma Associação de Kendo e Iaido de Tomé-Açu onde ensino crianças da comunidade Nikkei a praticar esses esportes de origem japonesa.